São Paulo, quarta-feira, 29 de junho de 1994 |
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Itália sobrevive ao "grupo da morte"
JOHAN CRUYFF
As partidas de ontem (Itália x México e Noruega x Irlanda) foram de morte. Mas com uma grande diferença. Enquanto a partida entre europeus foi de pouco futebol, muita luta, mas sem vibração e ambição, a partida entre mexicanos e italianos teve muito mais oportunidades e se viu claramente que as duas equipes buscavam a vitória. Eu torci para que a Itália ficasse em terceiro no grupo, para ter a certeza que terá uma partida duríssima nas oitavas-de-final. Foi o que acabou acontecendo. Não se pode negar que o provável confronto entre a Argentina atual e a Itália de Arrigo Sacchi tem os ingredientes para ser a partida com mais tensão da próxima fase. Apesar de tudo indicar a Argentina como favorita, que ninguém se iluda. A Itália, numa partida de vida ou morte, é um adversário muito complicado. Se os italianos foram capazes de arrancar uma vitória jogando contra a Noruega com um jogador a menos, agora é preciso dar à "azzurra" um crédito de confiança. O México, por sua vez, foi a grande surpresa do grupo. Muitos os colocavam como os prováveis últimos e desclassificados nessa chave, antes de começar a competição. Na hora da verdade, o seu futebol foi divertido, sem complexos e buscando sempre o gol, jogando sempre para a frente. Talvez o problema dos mexicanos é fazê-los acreditar realmente em suas forças e saber que podem chegar mais adiante. Mesmo que tenham que enfrentar, como grande probabilidade, a Nigéria nas oitavas-de-final. E vimos que para ganhar da Nigéria é preciso jogar no limite. Por último, a classificação da Irlanda me deixa indiferente. O futebol dessa equipe significa todo o contrário do que significa o futebol para mim. Até agora só chatearam. Mas a seleção de Jack Charlton demonstrou que correndo, lutando e chegando mordendo em cada jogada pode-se avançar numa Copa. Texto Anterior: Nada muda, até os erros são os mesmos Próximo Texto: Meio-campo é culpado da má atuação Índice |
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