São Paulo, quarta-feira, 29 de junho de 1994
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Meio-campo é culpado da má atuação

TELÊ SANTANA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Precisamos melhorar muito daqui para frente. O empate com a Suécia –não pelo empate, mas pelo desempenho brasileiro– deu para preocupar. Não entendo como uma seleção brasileira, já classificada, pode atuar tão nervosa em sua terceira partida. Não entendo e não aceito.
Jogamos mal. Não podemos ficar na dependência de uma jogada individual de Romário para evitarmos o pior. Ontem, se não fosse Romário brilhar no segundo minuto do segundo tempo, teríamos amargado –quem sabe?– um segundo lugar no grupo.
No primeiro tempo, fomos excessiva e inexplicavelmente morosos. Foi impressionante a lentidão com que nossa seleção partiu da defesa para o ataque.
Impressinou-me, também, o fato de usarmos tantos jogadores no meio-campo (nada menos de quatro) e ainda assim errarmos tanto naquele setor. Dunga jogou mal. Zinho, no primeiro tempo, não apareceu. Uma figura apagada.
Se me perguntassem a razão da má atuação brasileira, eu diria que a causa de tudo foi o meio-campo. Raí, um dos quatro que jogaram por ali, também não foi nada bem. Tocou a bola demais. Não funcionou.
Gostei das substituições. Principalmente a de Mauro Silva por Mazinho. Na minha opinião, Mazinho foi o melhor jogador em campo, mesmo tendo atuado apenas 45 minutos. Deu outra dinâmica à seleção, levou à equipe ao ataque, muito bom.
A saída de Raí se impunha. Mas por que só aos 38 minutos do segundo tempo? Sete minutos não bastam para que ninguém mostre jogo. Como exigir isso de Paulo Sérgio? Entrou, tentou, cavou, fez o que pôde, mas nada acrescentou.
Além de Mazinho, destaco na seleção brasileira os dois zagueiros, Aldair e Márcio Santos. Pode ter havido algum descuido no gol sueco, mas em tudo o mais os dois foram impecáveis. Jogaram tão firmes, sobretudo no segundo tempo, que deram ao meio-campo e ao ataque a tranquilidade que esses setores precisavam.
Os Estados Unidos? Não temos nada a temer quanto ao nosso próximo jogo. A defesa deles é fraca e, afinal, embora dependendendo apenas dele (até aqui), ainda temos Romário.

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