São Paulo, quarta-feira, 29 de junho de 1994
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Parreira acusa torcida de "irracional"

MÁRIO MAGALHÃES
ENVIADO ESPECIAL A PONTIAC

Parreira acusa torcida de 'irracional'
Técnico diz que partida era um amistoso, que os brasileiros erraram ao chamá-lo de burro e que Zinho foi muito bem
O técnico Carlos Alberto Parreira disse ontem após o empate de 1 a 1 contra a Suécia que a torcida brasileira foi irracional ao chamá-lo de burro e pedir a entrada do atacante Ronaldo.
"Os torcedores podem ser irracionais porque o objetivo deles é só torcer. Não sou burro para botar mais um atacante para perder nas cabeçadas com a defesa sueca."
"Sou racional", afirmou o técnico. "Por isso monto a equipe como quero e não como pedem."
Torcedores brasileiros presentes no Pontiac Silverdome Stadium começaram a gritar o nome do reserva Ronaldo no primeiro tempo, quando o Brasil perdia por 1 a 0.
No segundo tempo os pedidos continuaram. Os gritos aumentaram aos 32min. Aos 33min Parreira foi chamado de burro.
O auge dos gritos de burro foi aos 37min, quando o meia-atacante Paulo Sérgio substituiu o meia Raí. No fim do jogo, o treinador foi xingado novamente. Saiu abraçado ao coordenador-técnico Mário Lobo Zagalo.
Parreira afirmou que não vai "mudar nada" no modo de jogar da equipe contra a seleção dos Estados Unidos, dia 4 pela segunda fase (oitavas-de-final) do Mundial. "Nosso estilo será o mesmo."
Ele irritou-se com perguntas sobre o meia Zinho e o zagueiro Aldair. "Zinho melhorou no segundo tempo e teve sua melhor atuação na Copa do Mundo."
O técnico admitiu que Aldair perdeu quase todas as disputas em bolas altas, mas não vê nisso problema. "Nenhum adversário terá atacantes altos como os suecos."
O técnico não quis dizer se o zagueiro Ricardo Rocha voltará a ser titular contra os EUA, no lugar de Aldair. Defendeu a manutenção do meia defensivo Mauro Silva, substituído por Mazinho no intervalo.
"Qual a razão para mexer agora no time? A partida contra a Suécia foi como um amistoso, só valia para ver quem seria o primeiro colocado do grupo B."
Como nos dois jogos anteriores, o técnico foi vaiado quando seu nome foi anunciado pelo locutor do estádio antes do jogo. O mais aplaudido foi o atacante Romário.
Na opinião de Parreira, nenhum outro adversário na Copa marcará com a eficiência da Suécia.
Ele dissera a mesma coisa sobre a seleção russa, após o jogo de estréia no Mundial, e sobre a seleção canadense, no antepenúltimo jogo antes da Copa do Mundo.

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