São Paulo, quinta-feira, 30 de junho de 1994
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Alvo definido; Mecânica orçamentária; Resposta urgente; Favas contadas; Torcida; Orgulho de acadêmico; Sinais trocados; Cardápio apropriado; Visita à Folha; TIROTEIO

Alvo definido
As denúncias contra Bisol têm tudo para ser o principal fato político contra Lula. Ontem, foram o assunto do dia no Congresso. Pior para o candidato petista: a questão do vice não é nem sequer tema de discussão profunda na campanha.

Mecânica orçamentária
O dinheiro que Bisol (PSB-RS), vice de Lula, tentou garantir no Orçamento para Buritis (MG), onde tem fazenda, não se destina só à construção de pontes. A emenda D 01236-0 reservava US$ 36 mil para a compra de dois tratores.

Resposta urgente
Geddel Vieira (PMDB-BA) promete fazer uma representação a Lula para que ele responda, em caráter oficial, se Bisol (PSB-RS) está entre os 300 picaretas que ele disse existir no Congresso.

Favas contadas
A Comissão do Trabalho da Câmara indicou Paulo Paim (PT) relator do projeto de Itamar que fixa o salário mínimo em US$ 70, em setembro. Horas antes, a comissão aprovou projeto do próprio Paim, fixando o mínimo em US$ 100.

Torcida
Amigos de Itamar no Congresso esperam que ele ainda possa ampliar para US$ 100 a previsão de valor do salário mínimo no final de seu governo. Acham que anúncio nesse sentido em outubro atrapalharia o discurso do PT.

Orgulho de acadêmico
Depois de visitar FHC e se dizer homem simples, ex-camelô, o governador do Pará, Carlos Santos, afirmou estar "entusiasmado" com o tucano. Aí, ouviu de FHC que entusiasmar, em grego, é "ter Deus dentro". Arregalou os olhos.

Sinais trocados
Diante da possibilidade de Antônio Britto (PMDB-RS) sofrer retaliações de Quércia se apoiasse abertamente FHC, o tucano decidiu inverter o jogo. Vai apoiar Britto para o governo gaúcho e espera a recíproca não-anunciada.

Cardápio apropriado
Foi na medida a refeição servida ontem num avião que fazia a rota São Paulo-Brasília, com vários parlamentares a bordo: pizza.

Visita à Folha
O governador do Ceará, Ciro Gomes (PSDB), visitou ontem a Folha.

TIROTEIO
De Aloizio Mercadante (PT-SP), sobre as altas taxas de juros às vésperas da implantação do real:
– Para um presidente (Itamar) que assumiu dizendo que iria baixar os juros e que chegou a fazê-lo, é difícil de entender como se deixa levar por uma política criminosa de juros que chegam a 35% reais ao ano.

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