São Paulo, quinta-feira, 30 de junho de 1994
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Westerhof foi um jogador medíocre

SÍLVIO LANCELLOTTI
DO ENVIADO A NOVA YORK

A classificação da Nigéria para essa Copa representou a melhor página do currículo do seu mister, o holandês Clemens Westerhof.
Nascido em 3 de maio de 1940, Westerhof foi um jogador medíocre e, como treinador, no passado, anotou um único triunfo na sua antologia. No começo da década de 80, promoveu o pequenino MVV Maastricht à primeira divisão do campeonato da Holanda.
Em 1989, assumiu a seleção da Nigéria às vésperas de um jogo crucial contra Camarões, nas eliminatórias para a Copa da Itália.
Precisava de um empate. O jogo, porém, aconteceu em Iaundé, no terreno do adversário, e a Nigéria perdeu, 0 X 1.
Westerhof entregou o cargo mas, dois anos depois, recebeu a incumbência de supervisionar todo o futebol do país.
Efetivamente montou um time agressivo, capaz de realizar um 4-3-3 moderno, com muita pressão no meio-campo e uma impressionante explosão no contra-ataque.
Porque ele não adora a imprensa e habitualmente foge das entrevistas, a mídia lhe deu o apelido de "Homem de Mármore". Westerhof, todavia, possui um fino senso de humor quando se sente à vontade com o interlocutor.
Os seus pupilos o idolatram. O espigado Stephen Keshi, o "Big Boss", era o capitão do time até ficar doente, com uma gripe muito forte.
Mesmo sem a solidez de Keshi, a defesa da Nigéria não titubeou nos seus dois primeiros jogos.
Keshi permanece no banco e não reclama: "Claro, desejo entrar. Quem escala, porém, é o treinador. Obedeço suas determinações. Ele nos trouxe até aqui e nos conduzirá até muito mais adiante. Mesmo um capitão como eu necessita de um comandante".(SL)

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