São Paulo, terça-feira, 5 de julho de 1994 |
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Brasil e Holanda pode ser o jogo da Copa
JOHAN CRUYFF
Uma ou outra vez repeti que o Brasil sabe levar o ritmo do jogo, mas a seleção de Parreira tem uma carência dramática na hora de refletir no placar o seu domínio. É incrível, mas o Brasil depende tanto de Romário que me atreveria a dizer que sem ele esta grande seleção nem chegaria a assustar. Já sei que Romário não foi o autor do gol contra os Estados Unidos. Mas foi ele que o fabricou, deu-lhe forma e o serviu de bandeja a Bebeto. Aí se salvou o Brasil e a ilusão de milhões e milhões de torcedores que sonham, noite após noite, com um título que há 24 anos é negado aos canarinhos. E, como se fosse pouco, Romário ainda se encarregou de expulsar um jogador dos Estados Unidos, igualando dessa forma as forças no terreno de jogo. Mas o risco de deixar tudo nos pés de Romário é um risco muito grande para quem aspira ao máximo. E a verdade é que o Brasil arriscou seu futuro neste campeonato até limites inimagináveis. Não apertou os Estados Unidos e essa foi uma vantagem para o adversário, bem preparado fisicamente e acostumado a correr e pressionar. O Brasil, pela primeira vez nessas oitavas-de-final, foi uma equipe que especulou demais sobre sua superioridade e esteve a ponto de pagar muito caro por isso. Com a expulsão de Leonardo, parecia que a surpresa era possível. Mas que surpresa que nada. Apareceu Romário e acabou a partida. * Brasil e Holanda nas quartas-de-final. Não há nenhuma dúvida de que este pode ser o jogo da Copa. A Holanda jogou bem melhor contra a Irlanda. Isso devido basicamente a uma medida tomada pelo técnico Dick Advocaat. Ele trocou o esquema 4-3-3 pelo 4-4-2. Deslocou um jogador para a defesa e aliviou a tarefa da marcação de Koeman. Com isso o time se equilibrou, ficou mais compacto. Desta vez, a Holanda deu menos espaço para o ataque adversário e conseguiu atacar com perigo. Mostrou que será um adversário à altura do Brasil. Texto Anterior: Brasil teve uma vitória constrangedora Próximo Texto: Ter raça é bom, mas não basta numa Copa Índice |
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