São Paulo, quarta-feira, 6 de julho de 1994 |
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Delegado pede mais tempo para ivestigar
CLAUDIA TREVISAN
Os 30 dias iniciais destinados à investigação se esgotam amanhã. Neste período, não foi possível realizar a perícia nas armas adquiridas para a PM. O exame indicará se o preço dos equipamentos estava superfaturado. A PM é subordinada à Secretaria de Segurança Pública, que, na época, era dirigida pelo governador Luiz Antonio Fleury Filho. O pedido de prorrogação do prazo será apresentado ao ministro Costa Leite, do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Denúncia Leite é relator de um outro inquérito relativo às importações de Israel, no qual já foi apresentada denúncia contra o ex-governador Quércia, acusado de estelionato. O STJ ainda não decidiu se aceita a denúncia. A Procuradoria da Repúblicia não apresentou denúncia contra Fleury, mas pediu a continuidade das investigações sobre sua atuação nos processos de importação. O inquérito que está com Grachet diz respeito a dois contratos de importação de equipamentos para a PM, no valor total de US$ 16,8 milhões. Quando for concluído, o inquérito deverá ser anexado ao que já está no STJ. Nos 30 dias que se esgotam amanhã, Grachet ouviu os depoimentos de José Carlos Coimbra, diretor da Trace Trading Company, e dos oficiais da PM José de Carvalho Leite e José Rodrigues de Souza Netto. A Trace atuou como intermediaria das importações. O seu principal executivo, Arie Halpern, foi intimado para depor, mas não compareceu. O procurador da República Mário Bonsaglia, que acompanha o caso, diz que insistirá na necessidade do depoimento de Halpern. O último a depor no inquérito foi o tenente-coronel Souza Netto, que assinou um dos contratos em novembro de 1989. Netto disse que, na época, era major e não acompanhou o processo de negociação para compra dos equipamentos. O oficial observou que assinou o contrato porque assumiu interinamente a chefia do Serviço de Motomecanização da PM, cargo que ocupou por cerca de um mês. No governo Quércia foram assinados contratos de importação de Israel no valor de US$ 310 milhões. Os equipamentos eram destinados a universidades paulistas e às polícias civil e militar. (Cláudia Trevisan) Texto Anterior: PC deixa a prisão para depor e pede mais um atacante a Parreira Próximo Texto: Erro eleva em 20 mil vezes valor de emenda Índice |
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