São Paulo, quarta-feira, 6 de julho de 1994
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Petroleiros fazem greve por perda salarial

DA SUCURSAL DO RIO, DA AGÊNCIA FOLHA, DAS REGIONAIS

A direção da Federação Nacional dos Petroleiros, filiada à CUT, informou que os sindicatos estaduais de petroleiros do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte e Manaus aderem hoje à greve por tempo indeterminado da categoria, iniciada ontem às 7h.
Segundo a direção da Petrobrás, o movimento em seu primeiro dia não afetou a produção e o refino de petróleo. A Petrobrás informou que não pode negociar índices de reposição salarial fora da data-base da categoria, que é em setembro.
No Rio de Janeiro, 10 das 19 plataformas de produção de petróleo da Petrobrás, na Bacia de Campos, paralisaram os serviços de comunicações com a sede, sem parar a produção.
O chefe de relações institucionais da estatal, Fernando Fortes, disse que conseguiu manter a produção na Reduc porque reteve na refinaria 300 petroleiros com cargos de chefia e de supervisão.
O coordenador da Federação Única Petroleira, Antonio Carlos Spis, afirma que a categoria teve perda de 33,35%. O reajuste reivindicado é de 50,04%, segundo cálculos do Dieese.
Os 2.000 funcionários da Petrobrás em Cubatão (SP) entraram em greve ontem por tempo indeterminado. Eles reivindicam cumprimento do acordo coletivo de setembro passado e reposição salarial de 50,04%.
A diretoria da estatal disse que as reivindicações só serão negociadas em setembro próximo, na data-base da categoria.
Segundo o sindicato, a adesão ao movimento é de 100% entre os operários e 90% junto ao pessoal do setor administrativo.
Segundo a Petrobrás, ela tem estoques para três meses de abastecimento. A previsão do sindicato é de que a produção comece a ser interrompida hoje.
Na Bahia, cerca de 90% dos petroleiros da área operacional aderiram à greve geral, conforme os sindicatos da categoria. Na área administrativa, a adesão foi de 80%, na avaliação dos sindicatos.
Empresa e sindicatos dizem que o consumidor final não será atingido, a menos que a greve se prolongue por mais 20 dias.
A greve atingiu também a refinaria da Petrobrás (Repar) em Araucária, na região metropolitana de Curitiba.
A adesão dos operadores da Replan (Refinaria de Paulínia), em Paulínia (SP), foi de 100%. A informação foi confirmada pelo sindicato e pela empresa. A Replan mantém a posição de só negociar na data-base da categoria.
O Sindicato dos Petroleiros de Mauá, no Grande ABC (SP), também iniciou ontem uma paralisação no setor de refinaria. Com isso, pretendem pressionar a Petrobrás a atender suas reivindicações.
Em Porto Alegre, os petroleiros gaúchos não aderiram à greve.

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