São Paulo, quarta-feira, 6 de julho de 1994
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Ricupero pede boicote aos produtos caros

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, convocou a população para um boicote aos produtos que tiveram reajustes abusivos. "Não comprem agora. Deixem para depois, pois os preços vão cair".
Ricupero fará um novo pronunciamento em rede de rádio e televisão na sexta-feira para reforçar esse apelo. "Os preços terão de se ajustar para baixo", disse.
O Ministério da Fazenda, segundo Ricupero, constatou gorduras nos preços de vários setores da economia, principalmente alimentos industrializados.
"A população deve colaborar, comparando preços, denunciando abusos, adiando o pagamento e as compras que não são necessárias", disse o ministro.
Ele sugeriu também que os consumidores adiem a compra de produtos que não sejam necessários.
No seu pronunciamento de sexta-feira, Ricupero vai informar à população qual o procedimento para denunciar aumentos abusivos. Até lá, já deve estar montada a central de reclamações que o governo decidiu criar para fiscalizar o programa econômico.
A Unidade de Política de Preços vai funcionar no Banco Central recebendo as denúncias de abuso por vários telefones que estarão à disposição da população.
O ministro vai propor ao presidente Itamar Franco a criação de uma comissão para o acompanhamento semanal do Plano Real. A comissão será uma espécie de conselho de governo, presidida pelo próprio presidente da República e integrada por alguns ministros.
O presidente Itamar Franco fez ontem um apelo para que a população se transforme em fiscal do plano. A versão dos fiscais do Itamar deve, segundo o presidente, denunciar abusos.
"A gente espera o apoio da população para com as listas duplas de preços, telefonando para os Procons e a Sunab", disse Itamar. "Não temos mecanismos suficientes para buscar (fiscalizar) em todo o país", reconheceu.
Itamar disse que o governo vai agir com rigor contra os preços abusivos. "Os ministérios da Justiça e da Fazenda estão preparando ações conjuntas com os Procons dos estados".
Ele afirmou que vai punir alguns especuladores para demonstrar controle sobre a situação.
Itamar disse que o governo precisa ter mecanismos que possam atender rapidamente os apelos da população. "Não é só um telefone", afirmou o presidente, sem explicar, porém, quais seriam esses mecanismos.

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