São Paulo, quarta-feira, 6 de julho de 1994
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Itália reage e vence a Nigéria na prorrogação

SÍLVIO LANCELLOTTI
ENVIADO ESPECIAL A FOXBORO

A Itália ganhou ontem, merecidamente, o jogo contra a Nigéria por 2 a 1 pelas oitavas-de-final do Mundial. Sofreu, todavia, o maior sufoco, provavelmente, de toda a história da sua seleção.
Ainda desconjuntado, apesar dos múltiplos ensaios promovidos pelo técnico Arrigo Sacchi, o time italiano começou o espetáculo apenas com mais disposição do que nas suas apresentações anteriores.
Aos 26min da etapa inicial, numa tolice da retaguarda, a Itália ofereceu a única chance que a Nigéria teria para marcar, num cruzamento à frente do inseguro Marchegiani –e a Nigéria aproveitou, graças ao oportunismo de Amunike. Daí explodiu o desespero.
Os ventos da fortuna, todavia, ainda bateriam a favor de Sacchi e de Roberto Baggio. Aos 43 do 2º tempo, quando tudo sugeria o fim da Itália e a promoção da Nigéria, o lateral Roberto Mussi invadiu a área do inimigo pela esquerda e tocou a Roberto Baggio.
Num lampejo se viu a arte do campeão. O número 10 da "Azzurra" teve a tranquilidade de chutar baixinho, secamente, no canto direito de Rufai, 1 a 1.
Ocorreria a primeira prorrogação do Mundial, mais 30 minutos até a tragédia ou a glória.
A "Azzurra" parecia dizimada pelo calor. Aos 9min da prorrogação, porém, o esfalfado lateral Antonio Benarrivo encontrou fôlego e pernas para penetrar o flanco destro da área da Nigéria. Eguavoen se chocou com Benarrivo. O árbitro mexicano, Brizio-Carter, apontou o pênalti, duvidoso.
Roberto Baggio cobrou a infração impecavelmente. Quando Brizio-Carter apitou o encerramento do combate, mais do que os aplausos de costume se escutou no Foxboro um urro coletivo de alívio.

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