São Paulo, quinta-feira, 7 de julho de 1994
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Pai de brasileira retida na Itália quer punir polícia

DA REPORTAGEM LOCAL

O italiano Luigi Smaldino disse ontem que vai brigar juridicamente pela punição dos policiais italianos que teriam maltratado sua filha, a estudante Gláucia Smaldino, 21, na Itália.
Gláucia desembarcou em Roma na última sexta-feira e foi detida no departamento de imigração.
Os policiais teriam afirmado que a estudante não carregava uma quantidade de dinheiro suficiente para passar um mês na Itália.
Gláucia foi levada para uma sala no aeroporto e mantida incomunicável por três dias.
"Eles deixaram a menina sem alimentos e sem poder fazer sua higiene pessoal", disse o pai.
A estudante afirmou que dois policiais passaram a mão pelo seu corpo e a trataram como prostituta.
"Isso é muito comum lá. Qualquer mulher sozinha e com menos de US$ 2.000 é prostituta", disse Smaldino.
Glaucia levava US$ 800,00 e teria explicado aos policiais que carregava pouco dinheiro porque passaria as férias na casa de sua tia.
Os policiais exigiram que a tia de Glaucia provasse ter condições de sustentar a sobrinha.
A tia apresentou a escritura de sua casa própria, registro de emprego e documento de propriedade de um carro, mas os documentos não foram aceitos porque a mulher seria desquitada.
Smaldino só conseguiu ter contato com sua filha no domingo, quando ela chegou a São Paulo.
O vice-cônsul italiano no Brasil, Salvatore di Venezia, disse ontem que espera um relatório detalhado da família Smaldino para poder "tomar providências na Itália".
Segundo o vice-cônsul, é comum barrar estrangeiros quando não há clareza sobre seu interesse no país.
Di Venezia afirmou que pretende resolver o caso o mais rápido possível, principalmente a acusação de molestamento sexual.
Smaldino disse ontem que ainda não sabe se vai enviar o relatório ao Consulado Italiano.
"Eles vão responder como eles querem. Ainda estou discutindo com meu advogado a melhor atitude a tomar. Os dois policiais não vão passar em branco. Isso meus primos devem resolver na Itália."

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