São Paulo, quinta-feira, 7 de julho de 1994
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Bósnios criticam o plano de paz; prazo para decisão é de 15 dias

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Os líderes dos sérvios e dos muçulmanos da Bósnia receberam com ceticismo e críticas o plano de paz entregue ontem pelo Grupo de Contato das grandes potências.
Eles têm até o dia 19 de julho para dar uma resposta. O dirigente sérvio Radovan Karadzic qualificou o plano como "um ultimato americano", mas não o rejeitou.
Ele defendeu um prazo maior para discussões e disse que a liderança sérvia vai examinar "todas as implicações" da proposta.
O premiê (muçulmano) da Bósnia, Haris Silajdzic, disse que o plano tem "sérias deficiências". O presidente Alija Izetbegovic disse que o governo bósnio "provavelmente" apoiará as propostas.
Eles estiveram ontem em Genebra para receber do Grupo de Contato o plano e o mapa proposto de divisão da Bósnia.
O grupo é formado por EUA, Rússia, França, Reino Unido e Alemanha. O plano propõe a divisão da Bósnia em uma área sérvia (49% do território) e outra para a aliança muçulmano-croata (51%).
As grandes potências encaram esse plano como última oportunidade de pôr fim à guerra –iniciada há 27 meses pelos sérvios, que se rebelaram contra a separação da Bósnia em relação à ex-Iugoslávia.
Se os sérvios rejeitarem o plano, o Grupo de Contato ameaça suspender o embargo ao fornecimento de armas aos muçulmanos.
A "recompensa" pela aceitação incluiria relaxar as sanções econômicas impostas à nova Iugoslávia (Sérvia e Montenegro) por seu apoio militar aos sérvios-bósnios.
A entrega do plano foi marcada por novos combates no norte da Bósnia, em violação ao cessar-fogo acertado em 10 de junho.

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