São Paulo, sábado, 9 de julho de 1994![]() |
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Candidatura intranquila A substancial queda de Mário Covas (PSDB) na mais recente pesquisa do Datafolha sobre a sucessão em São Paulo parece dar razão aos que acreditavam que o altíssimo índice que o senador atingiu (e ainda mantém) deve-se mais ao conhecimento de seu nome por parte do eleitorado do que a uma intenção de voto de fato cristalizada. Covas recuou 11 pontos percentuais (de 59% no início de junho para 48% no início de julho), uma queda muito além da margem de erro. Ainda assim, estaria eleito no primeiro turno, se o pleito fosse hoje. De fato, os 48% de Covas superam com folga a soma (29%) de todos os demais candidatos. A favor do candidato peessedebista pesa, na pesquisa deste mês, o fato de que os 11 pontos perdidos não se transferiram maciçamente para um único adversário. Cresceu, é fato, José Dirceu (PT), que pulou de 4% para 7%, mas a única consequência foi um empate estatístico entre todos os quatro principais adversários de Covas. Além de Dirceu, Barros Munhoz (PMDB), Francisco Rossi (PDT) e Luiz Antônio de Medeiros (PP) estão todos entre 6% e 7%, muito longe, portanto, de Covas, o que impede uma polarização nítida, que, por sua vez, tenderia a puxar para cima aquele que fosse identificado como o verdadeiro rival do senador. A pesquisa contém outro elemento a indicar que o alto percentual de eleitores em potencial de Covas ainda parece inconsistente. O candidato, apesar de contar com a menor taxa de rejeição, tem apenas 9% das intenções de voto espontâneas (sem a exibição do cartão com os nomes dos candidatos). É uma diferença enorme na comparação com o que ocorre na pesquisa sobre a eleição presidencial. Lula, o líder, com 38% na pesquisa estimulada, tem exatamente a metade (19%) na espontânea, a que, em tese, indica uma intenção de voto mais cristalizada. Covas, com 48% na estimulada, tem só 9% na espontânea ou 5,3 vezes menos. Texto Anterior: Os ricos também sofrem Próximo Texto: Caldeirão urbano Índice |
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