São Paulo, domingo, 10 de julho de 1994
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Faltam medicamentos no hospital municipal

DA AGÊNCIA FOLHA, EM TEOTÔNIO VILELA

Além da fome, a falta de medicamentos e de investimentos no setor de saúde colaboram para o aumento da mortalidade infantil em Teotônio Vilela (AL).
O governo federal e a Prefeitura de Teotônio Vilela investem mensalmente US$ 41 mil (59% da arrecadação mensal do município), o que representa apenas US$ 1,20 por habitante.
A média de 1993 do Brasil, segundo relatório da Organização Mundial da Saúde, foi de US$ 40 por brasileiro.
Nos Estados Unidos, por exemplo, o setor público investe em saúde US$ 2.400 por habitante a cada ano.
O relatório foi apresentado à Agência Folha pelo secretário estadual de Saúde de Alagoas, Eugênio Melo.
Remédios
Nos meses de abril e maio, por exemplo, houve falta de medicamentos fundamentais –como o soro de reidratação oral, que combate a diarréia, e de diversos antibióticos.
"O governo federal atrasou em dois meses o pagamento referente ao Sistema Único de Saúde", diz o secretário de Saúde, Eugênio Melo, para explicar a falta de medicamentos.
Na sexta-feira, o hospital municipal tinha remédios em estoque, mas não na quantidade necessária para atender à população local.
Maria das Graças Costa, 39, levou seus três filhos (Damião, 3, Cleidemir, 3, e Lucileide, 4) para consulta médica.
Ela conseguiu guias para pegar remédios gratuitos na farmácia municipal.
Porém, só conseguiu um vidro de sulfa para combater a infecção pulmonar diagnosticada em suas três crianças.
"Um vidro é suficiente para três dias se consumido apenas por uma criança", disse o secretário, que disse já ter encomendado mais antibióticos.

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