São Paulo, domingo, 10 de julho de 1994 |
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Equipe teme ação de Itamar
VALDO CRUZ; SÔNIA MOSSRI
Itamar pretende que o último período do seu governo não tenha jeito de "fim de festa". Por isso mesmo, recomendou a todos os ministros de Estado que evitem viagens para o exterior a partir do próximo mês. Pressões do presidente para reajustar os salários do funcionalismo público federal, aumentar os gastos das empresas estatais e elevar o valor do salário mínimo nos próximos meses preocupam os Ministérios da Fazenda e do Planejamento. Um salário mínimo mais alto, aumento do funcionalismo, programas de distribuição de renda, lançamento de projetos novos –irrigação do Nordeste e assentamento de trabalhadores rurais sem terra– estão previstos pelo presidente para o segundo semestre. A estratégia da área econômica para tentar reduzir essas pressões é atrasar ao máximo as dicussões com Itamar de assuntos que possam comprometer o equilíbrio orçamentário. No esforço de acalmar o presidente, os ministros da Fazenda, Rubens Ricupero, e do Planejamento, Beni Veras, programaram reuniões semanais no Palácio do Planalto. A sugestão é do lider do governo no Senado, Pedro Simon (PMDB-RS). Até agora, a tática da equipe tem dado certo. Apesar da influência dos militares sobre Itamar, o presidente aceitou a proposta da equipe econômica de adiar para agosto as negociações sobre salários. O principal argumento de Ricupero e Veras junto ao presidente é que aumentos nos gastos poderiam comprometer o sucesso do Plano Real. Ambos lembram que o bom andamento do programa econômio permitirá ao presidente deixar Planalto com inflação baixa e popularidade em alta. Já habituado ao estilo de Itamar, Ricupero decidiu se antecipar ao presidente emrelação às reclamações sobre o aumento abusivo de preços. Apreensivo com a irritação do presidente e eventuais pressões do Planalto para o controle de preços, o ministro da Fazenda criticou o aumento do pãozimo e dos ônibus, ameaçando-os com o tabelamento. Com essa estratégia, Ricupero quer evitar que Itamar acabe cedendo aos argumentos do ministro da Justiça, Alexandre Dupeyrat. Amigo pessoal do presidente, ele defende a prisão de empresários para coibir as remarcações de preços. Texto Anterior: Governo omite parte das suas despesas Próximo Texto: Custoso exagero Índice |
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