São Paulo, domingo, 10 de julho de 1994 |
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Autor faz balanço da teoria
FÁBIO DE SOUZA ANDRADE
Os mais de 40 mil leitores e as diversas traduções levaram à transposição inusitada de suas idéias aos contextos mais remotos –caso da China, onde vigora uma hermenêutica literária apoiada na interpretação autorizada, avessa à pluralidade de sentidos. Preocupação com o leitor, sempre houve na teoria literária deste século. Estava aparente, por exemplo, na leitura fenomenológica de Roman Ingarden e seu conceito da concretização exigida do leitor pelo texto, estrutura lacunar. Apontava na sociologia da literatura francesa (Robert Escarpit), preocupada com as mediações do mercado e a extração social dos leitores, ou em versões mais refinadas teoricamente, descendendo de Lukács via Lucien Goldman (por exemplo, Jaques Leenhardt). Mas é a partir de Jauss e seu colega em Constança, Wolfgang Iser, que o interesse cresceu exponencialmente. Além de discípulos alemães (R. Warning, K. Stierle e H.U. Gumbrecht), surgiram escolas de inspiração análoga, e combinações heterodoxas. É o caso da denominada "Reader Response Criticism", uma vertente americana desenvolvida por Stanley Fish, entre outros, sob a influência de Derrida; ou das interessantes reconstruções da importância do leitor no período iluminista por Robert Darnton, que devem tanto à estética da recepção como à história das mentalidades. Texto Anterior: Jauss defende a importância do leitor Próximo Texto: Conrad e a iniciação no mar Índice |
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