São Paulo, domingo, 10 de julho de 1994
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Democratas querem distância de Clinton

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O principal objetivo do presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, nas eleições de novembro deste ano é perder de pouco.
Clinton nomeou um de seus mais importantes assessores, Harold Ickes, para coordenar os esforços eleitorais da Casa Branca.
Ickes assumiu a função em fevereiro. Tem descoberto que a maioria dos candidatos do Partido Democrata, do governo, só pedem uma coisa a Clinton: distância. É mais fácil ganhar sem seu apoio do que com ele.
É da tradição da política americana o partido do presidente perder as eleições no meio de seu mandato. Ainda mais quando é impopular como é o caso atual.
O maior problema de Clinton é que ele tem tido enormes dificuldades para aprovar seus projetos em um Congresso onde goza de folgada maioria.
Qualquer diminuição de sua vantagem no Senado e na Câmara pode ser fatal para seus planos de governo nos próximos dois anos e para sua reeleição em 1996.
Os democratas têm 56 senadores contra 44 republicanos e 256 deputados contra 179 da oposição. Mesmo assim, a aprovação de programas importantes do governo, como o orçamento ou o Nafta, ocorreram por vantagens de um voto nas duas casas do Congresso.
Os republicanos dizem que vão ganhar entre 20 e 35 cadeiras na Câmara, o que pode diminuir a vantagem do governo dos 77 votos atuais para 7 ou 37. No Senado, os republicanos acham que podem quase empatar com os democratas.
Desde que Clinton assumiu o governo em janeiro de 1993, sete cadeiras na Câmara e duas no Senado foram disputadas. Os republicanos ganharam quatro vagas na Câmara e uma no Senado.
Além disso, no mesmo período, dois Estados (Virgínia e Nova Jersey) e duas grandes cidades (Nova York e Los Angeles) escolheram novos dirigentes. A oposição ganhou essas quatro eleições.
Além de renovarem toda a Câmara e metade do Senado, as eleições de novembro também vão escolher 38 novos governadores, inclusive os dos quatro maiores Estados do país (Califórnia, Texas, Nova York e Flórida).
Nenhum presidente dos EUA se elege sem vencer em pelo menos dois desses Estados. Para a ambição de Clinton de vencer em 1996 é tão importante que os democratas ganhem nesses Estados quanto que percam o menor número possível de cadeiras no Congresso.

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