São Paulo, segunda-feira, 11 de julho de 1994
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PT e PSDB em São Paulo

MARCELO BERABA

SÃO PAULO – A última pesquisa do Datafolha mostrou que Fernando Henrique se recuperou um pouco em São Paulo, mas o candidato do PSDB a governador, Mário Covas, teve a primeira queda brusca.
Covas estava num patamar muito alto e a própria campanha tucana esperava uma queda. Ele tinha 56% das intenções de votos no início de maio, chegou a 59% em junho e está com 48%.
É importante localizar onde está sangrando mais. Algumas dicas:
Entre os eleitores que têm no máximo o primeiro grau escolar, Covas perdeu 12 pontos (de 57% para 45%);
Entre os que ganham de cinco a dez salários mínimos, a queda foi de 17 pontos (de 62% para 45%);
Entre as mulheres, perdeu 15 pontos (de 60% para 45%);
E entre os jovens, perdeu outros 15 pontos (de 65% para 50%).
São indicadores importantes mas que não alteram o principal dado da pesquisa: Covas continua sem adversário e tem tudo para vencer no primeiro turno.
A queda de 11 pontos, mesmo esperada, ressuscita, no entanto, o fantasma de 90, quando Covas, disputando o mesmo cargo, começou absoluto, com índices aparentemente inalcançáveis, mas terminou derrotado.
Há outro dado interessante nesta última pesquisa em São Paulo. A principal "dobradinha" no Estado não é mais Lula (PT)/Covas (PSDB), mas FHC/Covas. A razão talvez seja a queda de Lula no Estado (de 36% para 31%).
Há menos de um mês, 20% dos paulistas diziam que votariam em Lula e Covas. Agora, são 15%. A "dobradinha" FHC/Covas se mantém em 17%.
E o PT continua com dificuldade de colar o nome do seu candidato ao governo do Estado, José Dirceu, ao de Lula. Apenas 6% dos paulistas votariam, neste momento, nos dois. Em junho, este índice estava em 4%.
Na verdade, a maioria que diz que vota em Lula continua preferindo Covas (47%) a José Dirceu (20%).
O grau de fidelidade dos tucanos tem sido maior: 66% dos que votam em FHC para presidente também votam em Covas para governador e apenas 2% votam em José Dirceu.

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