São Paulo, quinta-feira, 14 de julho de 1994
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Organizações prevêem catástrofe humanitária com fuga de ruandeses

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

As principais agências de ajuda humanitária do mundo dizem não ter condições de lidar com os refugiados da guerra civil de Ruanda.
Centenas de milhares de pessoas estão se dirigindo ao noroeste do país de onde devem tentar cruzar a fronteira com o Zaire.
Ruhengeri e Giseniyy, no noroeste de Ruanda, são a última porção de território ainda em mãos do governo derrubado pelo avanço da Frente Patriótica Ruandesa.
Para lá se dirigem os refugiados, na maioria hutus. Eles temem vingança da FPR –dominada pelos tutsis– por causa dos massacres que começaram em 6 de abril, imediatamente depois do atentado que matou o presidente Juvenal Habyarimana. Estima-se que 500 mil pessoas, na maioria tutsis, tenham sido mortas desde então.
"É uma catástrofe humanitária. As necessidades são enormes", disse Johanna Grombach, chefe da Cruz Vermelha em Gomba, no Zaire. A cidade de 150 mil habitantes é a mais próxima da fronteira com Ruanda e para onde devem ir os refugiados, que viajam a pé.
A tomada da capital ruandesa Kigali e de Butare, a segunda do país, por rebeldes causou também um movimento contrário. Cerca de 16 mil tutsis refugiados há anos em Uganda voltaram para Ruanda. Segundo a ONU e o governo de Uganda, todos os dias partem mais tutsis de volta a seu país.
O premiê apontado pela FPR deve ir hoje a Kigali implantar o novo governo. Faustin Twagiramungu, hutu que fazia oposição ao governo de Habyarimana, esteve ontem em Uganda em conversações com o presidente Ali Hassan Mwinyi, que apóia a FPR.

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