São Paulo, sexta-feira, 15 de julho de 1994
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Mau comportamento

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Acabaram as ameaças e o governo parece que vai mesmo processar a Prefeitura de São Paulo, por aumento abusivo. Foi o que noticiaram o Jornal Nacional, TJ, Bandeirantes.
Saiu uma decisão, afinal. Mas ela demorou demais e hoje os ônibus de São Paulo estão longe de ser a preocupação no chamado "monitoramento" do real. Antes vêm os juros.
Moreira Ferreira, presidente da Fiesp, continuou ontem sua campanha contra o que acredita ser uma política de recessão. Falou dos juros, aos quais acrescentou agora os impostos.
O empresário falou durante um seminário do sindicato dos metalúrgicos de São Paulo, que ironicamente tinha o título de Abertura Econômica. É irônico porque a idéia está muito mais para fechar que para abrir.
Ou melhor, seria engraçado, não fosse um indicativo de que o plano real é mesmo recessivo. Imagem que se consolidou nos últimos dias diante da ausência de uma resposta do governo.
Ontem, enfim, o ministro da Fazenda tocou no assunto. Na Globo, noticiaram que ele não aceita a reclamação dos empresários. No SBT e na Cultura, ele próprio cuidou de devolver a culpa pelos juros altos:
"Se (os empresários) tivessem se comportado no fim de junho da mesma maneira que os brasileiros, os juros estariam baixos." Assim parece até castigo, por mau comportamento.
Aliás, como é muito próprio de um ministro moralista.
Racha
Enquanto José Paulo Bisol "racha" a campanha de Lula, na expressão do SBT, o deputado Chico Vigilante segue procurando fazer o mesmo com a campanha de FHC, através do vice, Guilherme Palmeira.
Segundo o Jornal da CBN, o petista entrou com representação junto à Procuradoria Geral da República, contra uma empreiteira que teria sido favorecida por emenda ao Orçamento.
Pode ser verdade, mas também é cortina de fumaça.
Outra história
Duas notícias do SP Já.
O prefeito de Lins conseguiu liminar e reassumiu o cargo três meses depois de ser afastado.
O de Rio Claro conseguiu condicional e volta ao trabalho um ano depois de ser preso.
Já não se faz impeachment como antigamente, no Brasil.

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