São Paulo, sexta-feira, 15 de julho de 1994
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Mia Farrow volta no confuso e mal-acabado 'As Viúvas Alegres'

FERNANDA SCALZO
DA REPORTAGEM LOCAL

Filme: As Viúvas Alegres
Direção: John Irvin
Roteiro: Hugh Leonard
Elenco: Mia Farrow, Joan Plowright, Natasha Richardson e Adrian Dunbar
Onde: Paulista 4

Melhor sorte teve Woody Allen. Ainda que o escândalo que resultou no seu divórcio o tenha feito perder a guarda do filho, sua carreira seguiu melhor com o excelente "Um Assassinato Misterioso em Manhattan".
O mesmo não se pode dizer de sua ex-mulher Mia Farrow. A atriz escolheu mal este seu primeiro trabalho lançado pós-escândalo. "As Viúvas Alegres", se fosse bem feito, seria apenas mais um filminho entre as dezenas que estréiam por aí.
Mas o filme de John Irvin, além de irrelevante, é um verdadeiro malabarismo. Começa quase como comédia pastelão, passa pela comédia romântica, ameaça ser um drama e tem pretensões de thriller, tudo com contornos de filme de época.
Filmado na Irlanda e ambientado nos anos 20, "As Viúvas Alegres" conta a história da senhorita O'Hare (Mia Farrow), uma solteirona pobre que, por algum segredo a ser descoberto, vive entre as senhoras ricas do vilarejo. A senhora Doyle Couniham (Joan Plowright) é a manda-chuva local e mãe do solteirão Godfrey (Adrian Dunbar).
Como em toda história desse tipo, tudo corre pacata e normalmente até a chegada de uma estranha: Edwina Broome (Natasha Richardson), uma jovem viúva de guerra, loura e alegre. A partir daí, o diretor fará todos os malabarismos para despistar o espectador entre uma piada e outra.
Tão rocambolescas quanto o roteiro são as atuações. O filme pega um tom de farsa e os atores todos uma interpretação overdosada. Natasha Richardson não convence em nenhuma das personas que assume durante o filme (e ainda parece muito mais velha do que deveria).
Mia Farrow segue com aquela expressão indefesa que fez sua fama. Parece que ela corre o risco de se tornar outra Shirley MacLaine, eternizando as mesmas caras –e achando que isso basta–, independente do papel que faça.

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