São Paulo, segunda-feira, 18 de julho de 1994
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Banco de negócio se adapta à queda de recursos externos

MARISTELA MAFEI
DA REPORTAGEM LOCAL

Os bancos de investimentos e negócios se adaptam no curto prazo para contornar as dificuldades que surgiram com as restrições à entrada de capital de investidores externos no país.
A maior parte da demanda desses bancos vem justamente da movimentação de recursos no exterior. Agora, com a desvalorização de 8% do dólar em relação ao real, a clientela entrou em compasso de espera.
O J.P. Morgan, um dos maiores bancos estrangeiros de investimentos e de negócios que atua no Brasil, avalia que esse é um quadro típico de "short-time" (curto prazo), como diz o norte-americano Arthur Kalita, diretor-superintendente da instituição.
Kalita acredita que a perspectiva de estabilização da economia irá levar empresas brasileiras de grande porte, com vendas em crescimento e bom perfil de exportação, a lançar com sucesso ações no exterior.
Ele cita como exemplo Brahma, Mappin, Latasa, Arisco, Klabin, Sadia e Perdigão, "entre outras milhares de empresas com o mesmo potencial".
Atualmente a Aracruz Celulose é a única empresa brasileira com ações registradas em Bolsas nos Estados Unidos, em operação intermediada pelo banco Patrimônio.
Jair Ribeiro da Silva Neto, do banco Patrimônio, acredita que nos próximos 45 dias o mercado deverá estar normalizado, com o provável retorno da equiparação do valor do dólar ao real.
Até lá, os bancos de investimento finalizam a compra de empresas que vinham sendo negociadas desde o início do ano.
Na última sexta-feira, o J.P. Morgan, junto com um pool de investidores, fechou a compra da Perdigão por valores próximos a US$ 450 milhões, no maior negócio realizado pela iniciativa privada no país.
Já o banco Patrimônio confirmou a compra de 17,41% das ações da rede de farmácia Drogasil, em posse das famílias Boturão e Morse. Continuam sócios da rede o grupo Vendex junto com as famílias Pires e Galvão.
O J.P. Morgan é sócio minoritário da Latasa, Mappin, Perdigão –e assessorou, no final de 93, o grupo Ipiranga na compra da Atlantic. Recentemente associou-se ao Banco Itamaraty, do empresário Olacyr de Moraes, para a disputa na privatização das empresas do setor elétrico.
A Patrimônio Planejamento Financeiro formalizou no mês passado a união com o Salomon Brothers, um dos maiores bancos de investimentos dos EUA, criando o Banco Patrimônio de Investimento.

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