São Paulo, segunda-feira, 18 de julho de 1994
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Ser tetra é melhor que dois Martinis secos

DAVID DREW ZINGG

Ser tetra é melhor que dois Matinis secos
Em Los Angeles
Ontem tio Dave juntou-se ao desfile da vitória de Sambalândia. Saí para as ruas de Pasadena e agitei a bandeira brasileira com orgulho pelo tetracampeonato na Copa.
Dancei samba até cair. A vitória brasileira teve um gosto melhor para o Recém-Convertido Torcedor de Futebol Dave do que um par de Martinis muito gelados, muito secos, do jeito que eu gosto.
Depois veio a ressaca. Tive um pesadelo terrível.
Sonhei que no ano 2006 João Havelange era o homem mais velho do mundo. E que ele convidou Alan Rothenburg (Rothenburg escrito de trás para diante dá Havelange) para ser o anfitrião de mais uma Copa na Gringolândia.
Depois de passar doze longos anos treinando duro, a nova seleção americana conseguiu finalmente chegar até as finais.
O treinador do circo sambalandês era Jô Soares. Ele tinha mais amigos do que Parreira para lhe dar maus conselhos.
O Brasil, naturalmente, perdeu mais uma desastrosa tentativa de reconquistar a taça da Copa do Mundo.
Refletindo o grupo étnico mais trabalhador do Brasil, a seleção de 2006 era composta principalmente por brazucas de origem japonesa.
O treinador Jô Soares, que já comia mais sushi do que seria aconselhável para um homem de seu peso, submeteu-se a uma cirurgia nos olhos para caber melhor na seleção, visualmente falando.
Quando a seleção da Gringolândia, treinada pelo "Mr. Soccer, USA" Alan Rothenburg, conseguiu uma apertada vitória de 1-0 contra o Brasil, o pandemônio rolou solto pelas ruas de Brasília.
Num ato de protesto –dramaticamente amargo– pela derrota, o presidente brasileiro se exilou na Coréia do Norte.
A seleção derrotada, liderada por Jô Soares com ares de oriental, dirigiu-se ao gramado à frente do edifício do Congresso e cometeu haraquiiri em massa.
Segundo muitos críticos de época, o suicídio coletivo foi cometido com alguns anos de atraso.

Tradução de Clara Allain

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