São Paulo, terça-feira, 19 de julho de 1994 |
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'Pátria Minha' dá tudo que o espectador quer
FERNANDA SCALZO
Se não precisava, teve, Do luxo do hotel em Nova York à pobreza da favela no Rio de Janeiro, a narrativa correu com a elegância de Braga e o espectador só foi respirar, no primeiro corte, quando Tarcísio Meira (Raul) e Vera Fischer (Lídia) se encontraram, olho no olho, marcando o início do confronto no "reino do mal". Em seguida, já aparece "o bem" encarnado na personagem de Claudia Abreu (Alice) – a jovem idealista que veio, de patins, vingar os justos. No fim deste primeiro capítulo, é ela que, de novo olho no olho, impõe o desafio que vai ser a espinhal dorsal de "Pátria Minha". Tudo bem que a novela tem o que já virou uma marca registrada desta produção nacional – tipo exportação – a saber: o duelo entre corrupção e a honestidade. Mas talvez nenhum outro valor (exceto o tetra) possa mobilizar tantos brasileiros. Há pelo menos cinco anos e cinco novelas é esse o mote que predomina. Até em Tubiacanga. Mas se estamos mesmo fadados a exorcizar a nossa "persona corrupta" na TV, que pelo menos seja com bom–gosto e com personagens menos caricatos, como os de Gilberto Braga. Em tempo: usar "Pátria Minha", o poema de Vinicius de Moraes (uma licença literalmente poética que só um primeiro capítulo permitiria), foi mais uma grande cartada de Braga. Fez o grito da vitória, que no domingo liberou a frustação contida, transformar-se em um sentimento mais doce pela "patriazinha". Agora é só continuar a torcer. Desta vez, para que a novela não perca o pique. Novela: Pátria Minha Autor: Gilberto Braga Direção: Denis Carvalho Elenco: Tarcísio Meira, Claudia Abreu, Vera Fisher, José Mayer e outros Quando: de segunda a sábado, 20h40, na Globo Texto Anterior: Justiça suspende licitação do São Francisco Próximo Texto: Nova explosão brilha mais do que Júpiter Índice |
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