São Paulo, sexta-feira, 22 de julho de 1994
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AS TROMBADAS DE OSIRIS

1) Osiris tomou posse no dia 20 de maio de 1993, um dia antes da posse do ex-ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso. O secretário da Receita foi nomeado pelo Planalto à revelia de FHC.

2) O pacote tributário editado no final de 93 iniciou os atritos entre a Osiris e o Banco Central. Osiris defendeu normas mais flexíveis para quebra do sigilo bancário e critérios mais rigorosos para remessa de capital o exterior.

3) Na Fazenda, Osiris se atritou com o secretário-executivo da Fazenda, Clóvis Carvalho, que queria parcelar o recolhimento dos recursos depositados em juízo da Cofins (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social) pelas empresas após a decisão do STF de considerá-la constitucional. O parcelamento acabou sendo concedido pela Fazenda.

4) As divergências com Carvalho continuaram em março, quando ele tentou brecar o regimento interno da Receita. O projeto, encaminhado semanas atrás, criou novos cargos comissionados.

5) O Banco Central queria extinguir a Ufir na MP do real. Osiris conseguiu que o indexador dos impostos federais ficasse apenas congelado, podendo ser corrigida se a inflação voltar a subir.

6) Osiris conseguiu incluir na MP do real um artigo que aumentava a gratificação dos fiscais da Receita. Clóvis Carvalho queria derrubar o artigo. Osiris ameaçou se demitir e o artigo foi mantido.

7) Osiris disse que a Petrobrás deve à Receita US 1 bilhão de impostos. O presidente da Petrobrás, Joel Rennó, negou dizendo que a estatal tem crédito junto ao Tesouro Nacional.

8) O secretário discorda das medidas de estímulo às exportações que a equipe econômica pretende conceder em forma de redução de impostos.

9) A gota d'água da demissão de Osiris foi a autorização do Planalto para a liberação da bagagem dos jogadores da seleção brasileira. Osiris foi contra a autorização.

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