São Paulo, sexta-feira, 22 de julho de 1994
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Pequeno cardápio não diminui o Briciola

JOSIMAR MELO
ESPECIAL PARA A FOLHA

O nome Briciola (migalha, em italiano), dado a um novo restaurante do jardim Paulistano, reflete muito do espírito da casa: pequena, de cardápio diminuto e com discretas pretensões. Embora a comida não seja menor.
O espaço é pequeno, mas charmoso: um pátio nos fundos de uma galeria de decoradores –a Viela Gabriel– na alameda Gabriel Monteiro da Silva. Antes era um espaço aberto, mas ao ser reinaugurado, há dois meses, sob nova direção, surgiu com um telhado alto que protege o ambiente e os bonitos móveis de vime, embora com um lado aberto para o céu.
Com novo nome, o Briciola pertence agora a dois jovens do ramo, ambos com 30 anos. Onorato Fiorentino nasceu em Nápoles e já viveu no Brasil por dois períodos –o último deles, iniciado há cinco anos, redundou na abertura do Amici Miei, que ele continua dirigindo, com outro sócio.
Felzi Riggio, nascido em Nova York de pais sicilianos, também viveu na Itália; veio ao Brasil para abrir o restaurante Felzi, numa bonita casa da Bela Vista, que ele ainda toca com sua mulher.
Por motivos diferentes, os dois restaurantes tiveram dificuldades em decolar; mas o Briciola, obra conjunta –e mais modesta– de Onorato e Felzi, tem desde cedo a pinta de bem-sucedida. Talvez pela soma de talentos, pela redução de esforços (já que o cardápio é bem enxuto) e pela localização atraente.
A casa funciona no almoço e no período da tarde (para sanduíches e chás). Há diariamente duas opções de pratos quentes –sempre massas–, e o cardápio se completa com antepastos, saladas e sanduíches em pão ciabatta (como o de queijo brie e abobrinha, ou o de berinjela, mozzarella e tomate).
Uma boa entrada é a tagliata com salada –fatias quentes de rosbife suculento combinadas com rúcula e tomate bem temperados. Também de boa qualidade é a salada de fígado de galinha, numa combinação harmônica com alface, pinhõezinhos, azeite e um toque sutil de vinagre balsâmico. Mas se os fígados fossem menos cozidos, teriam ficado mais crocantes e vermelhos na posterior fritura.
As massas importadas combinam-se com diferentes molhos a cada dia. Alguns mais banais (como o de quatro queijos), que são batidos pelos que levam tomates italianos: o penne com tomates e rúcula, ou a variação com polpettini e tomate, por exemplo. As orecchiette com linguiça e brocolletti são outro exemplo da comida simples e bem cuidada da casa.

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