São Paulo, sábado, 23 de julho de 1994
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PT vai mudar o tom das críticas ao Plano Real

DA REPORTAGEM LOCAL

PT vai mudar tom das críticas ao Plano Real
O pragmatismo eleitoral deve mudar a opnião do PT sobre o Plano Real e redifinir o discurso de campanha adotado pelo candidato Luiz Inácio Lula da Silva.
A cúpula do PT está assustada com a queda de Lula nas pesquisas de opinião.
Parte dessa queda é atribuída a uma avaliação positiva do Plano Real, feita pela população, e à demora em substituir Bisol na chapa.
O comando da campanha foi surpreendido por aquilo que considera rapidez na repercussão das denúncias contra Bisol.
Os petistas achavam que FHC encostaria em Lula apenas no fim de agosto. Segundo a última pesquisa Datafolha, publicada no dia 15 de julho, Lula tem 34% das inenções de voto, contra 25% de FHC.
Na simulação de segundo turno, ambos estão empatados em 43%. O problema é que os números de Lula são descendentes, e os de FHC, ascendentes.
Membros da direção do partido trabalham com a hipótese de que o tucano chegará à frente no primeiro turno.
Provavelmente, Lula retomará o discurso de que poderá manter o programa econômico, com algumas modificações.
Lula continuaria afirmando, no entanto, que o plano provocaria o aumento do desemprego e arrocho salarial.
As maiores críticas passariam a ser feitas ao candidato Fernando Henrique, e não ao plano. Até agora, os petistas evitaram polemizar com o adversário.
O coordenador da campanha à Presidência da República de Lula Francisco Weffort, 57, disse ontem, durante palestra em Campinas, que Lula caiu nas pesquisas por causa do Plano Real.
Weffort disse que uma das estratégias do PT agora será reconhecer publicamente a estabilidade proporcionada pelo Plano Real.

Colaborou Folha Sudeste

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