São Paulo, sábado, 23 de julho de 1994
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D. Luciano defende participação política

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente nacional da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), d. Luciano Mendes de Almeida, defendeu ontem a participação política, em caráter pessoal, dos integrantes da igreja.
Segundo d. Luciano, bispos e padres devem auxiliar na formação da cidadania.
"Se política é o empenho pelo país, é bom que eles se dediquem. É salutar auxiliar no desenvolvimento dos cidadãos", disse.
D. Luciano ressalta que os membros da igreja não devem usar seus cargos para convencer seus fiéis a votar neste ou naquele candidato.
O presidente da CNBB citou como exemplo de participação o auxílio que membros da igreja dão a invasores de terra.
"Existem invasões, mas não são feitas pela igreja. Uma vez acontecidas, grupos de cristãos devem auxiliar estes invasores com alimentação e até mesmo para preservar a sua segurança."
O comentário de d. Luciano foi feito em resposta a uma ação popular contra a CNBB.
CUT
O advogado Antônio Carlos de Souza, de Sumaré, na região de Campinas, acusa a instituição de participar da política e de contribuir com a CUT (Central Única dos Trabalhadores).
O presidente nacional da CNBB nega que a instituição religiosa ajude a central sindical.
D. Luciano disse que o papel da igreja é zelar pelos valores éticos e não se envolver em políticas partidárias.
Na sua opinião, o próximo presidente da República deve ser uma pessoa que possa dar respostas aos interesses da população "e não a grupos específicos".
A partir de amanhã, a CNBB realiza em Brasília a 2ª Semana Social Brasileira, que tem por objetivo discutir propostas para os problemas do país.
Debate
No dia 28 deste mês, a instituição realiza um debate com os candidatos à Presidência da República, que vai ser transmitido pela rede Bandeirantes de Televisão a partir das 21h.
Durante o debate entre os candidatos, a CNBB pretende apresentar a eles as propostas que surgirem das discussões na 2ª Semana Social Brasileira.
Já confirmaram presença no debate Esperidião Amin (PPR), Leonel Brizola (PDT), Orestes Quércia (PMDB), Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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