São Paulo, sábado, 23 de julho de 1994
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Longe do real; Abaixo do previsto; Sem choques; Aposta transparente; Cautela oficial; Visão do exportador; Ajuste irreal; Forçando a mão

Longe do real
As primeiras três semanas do real não confirmaram as previsões mais pessimistas sobre o plano feitas por Maria da Conceição Tavares, do PT, no final de junho.

Abaixo do previsto
A inflação deste mês não deverá chegar perto dos 7% projetados pela economista.
Mesmo contando com o resíduo inflacionário de junho, a taxa ficará mais próxima dos 5%.

Sem choques
O "choque de oferta negativo" também não deverá se materializar. Com a retomada do consumo, após a paralisia do comércio no início do mês, não é provável que os empresários diminuam a produção e "subam as margens unitárias de lucro bruto".

Aposta transparente
A Ladbrokes, uma das maiores redes de casas de apostas na Grã-Bretanha, vai investir US$ 110 milhões nos próximos três anos para reformar a fachada dos 1.900 pontos no país. A decisão segue-se à mudança da lei, que agora permite que o interior das casas seja visto da rua.

Cautela oficial
Cláudio Léllis, diretor de tesouraria do Lloyds Bank, prevê que o juro efetivo do CDI oscile entre 6,5% e 7% este mês.
"O Banco Central está mais cauteloso devido à necessidade de controle da expansão monetária", afirma.

Visão do exportador
Pratini de Moraes, da AEB, afirma que, se o governo não adotar medidas para a manutenção da competitividade das exportações, "será necessário promover a desvalorização do real num curto espaço de tempo".

Ajuste irreal
O presidente da AEB acha que isso iria contrariar o objetivo de permitir que a taxa de câmbio seja ajustada pelo funcionamento normal do mercado.

Forçando a mão
Abram Szajman carrega na retórica ao criticar a lei antitruste, que vê como "puro revanchismo" do governo, o que coloca em risco o Plano Real.
"O que se pretende: acertar a contabilidade da inveja e do ódio reprimido ou revogar a lei da oferta e da procura?", pergunta.

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