São Paulo, sábado, 23 de julho de 1994 |
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Árabes fazem ato em repúdio ao atentado
JOSÉ MASCHIO
A mesquita de Foz do Iguaçu, a segunda maior do Brasil, reuniu cerca de 200 pessoas da comunidade árabe dos municípios de Foz e Ciudad del Este (Paraguai). O líder religioso Ibrahim Abdul Latife disse que a oração pela paz é porque os muçulmanos repudiam "qualquer ato de violência, seja em Buenos Aires, em Beirute ou em Jerusalém". Latife, que é egípcio, disse condenar qualquer "insinuação" de que radicais árabes estejam morando na fronteira entre o Brasil e o Paraguai. Segundo ele "a comunidade não acoberta qualquer pessoa que seja contra a paz". A comunidade árabe na fronteira está preocupada com informações de que agentes do Mossad (serviço secreto de Israel) estariam se deslocando para a região para investigar possíveis suspeitos. O libanês Saib Jebai, 35, residente desde 1979 em Ciudad del Este, disse que o medo de é que se repitam "os tristes episódios de dois anos atrás". Segundo ele, após o atentado terrorista à embaixada de Israel em Buenos Aires, em março de 1992, agentes israelenses prenderam e torturaram árabes residentes em Ciudad del Este. Jebai não quis informar os nomes dos árabes que teriam sido torturados pelo Mossad. O delegado-chefe da Polícia Federal em Foz do Iguaçu, Nilson de Souza, disse ontem desconhecer a existência de terroristas na região. "Não existem terroristas em Foz e não existem agentes do Mossad na região", disse. O delegado Souza afirmou que na sua divisão não recebeu nenhum pedido da polícia argentina para "investigar árabes". Segundo ele, se houve algum pedido "foi ao Ministério de Relações Exteriores ou à SAE" (Secretaria de Assuntos Estratégicos). Texto Anterior: Grupo libanês assumiu ataque, diz Menem Próximo Texto: Assassinos de 11 anos ficam presos até os 26 Índice |
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