São Paulo, domingo, 24 de julho de 1994 |
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Estatal lança ações na Bolsa
JAIME SPITZCOVSKY
Hoje, o governo detém 62,5% dos papéis, 25% são negociados na Bolsa de Hong Kong e o restante em mercados dentro da China –o principal deles não em Pequim, mas em Xangai, a maior cidade do país. "Não só afastamos a possibilidade de crise como estamos nos expandindo", conta Zhu Wuan, diretor da Beiren. A empresa ocupa 70% do mercado chinês, produz 900 impressoras de 40 tipos diferentes e emprega um exército de 3.200 pessoas. O lançamento de ações exigiu uma revolução interna. O sistema de contabilidade foi refeito no prazo de três anos. Em julho de 1993, a Bolsa de Hong Kong, um dos principais centros financeiros do mundo, recebia as ações da Beiren e em maio último foi a hora de entrar no nascente mercado chinês. A demanda por ações era tão grande no mercado interno que a Beiren usou o sistema de sorteio. Qualquer chinês, munido da sua carteira de identidade, podia se inscrever para comprar e 10% dos inscritos foram sorteados, habilitando-se a adquirir as ações. Houve tumultos que deixaram vários feridos quando multidões se formaram diante da Bolsa de Xangai para disputar os cupons. A injeção de capital ajudou a empresa a decolar. Em 1993, as vendas aumentaram 77%, se comparadas com o ano anterior, e os lucros cresceram 66%, para alegria dos novos acionários. Os projetos de expansão prevêem a construção de mais uma fábrica nos arredores de Pequim e a compra de tecnologia no exterior. "Queremos trazer tecnologia da Suíça e da Alemanha, além de Taiwan. Acho que vamos gastar uns US$ 10 milhões em novos equipamentos", prevê Wuan enquanto bebe suco de côco de uma latinha. Ele trabalha na Beiren há 26 anos e chegou à direção da empresa em 1987. "No começo da minha carreira era quase impossível prever que tudo isso ia acontecer", afirma. (JS) Texto Anterior: Empresas privadas avançam na China Próximo Texto: Comitê do PC defende capital Índice |
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