São Paulo, domingo, 24 de julho de 1994 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Menem é pego de surpresa
MARCO CHIARETTI
A explosão destruiu a cultura e a memória da comunidade, a maior da América Latina. A Amia (Associação Mútua Israelita Argentina) tem cem anos. Era muito frequentada por jovens e por pessoas à procura de emprego. Os terroristas mataram gente que procurava emprego em um país em que o desemprego e o sub-emprego se aproximam rapidamente de 25% da força de trabalho. Outra vítima foi o presidente Carlos Menem. O atentado pegou-o de surpresa. E Menem dificilmente é pego de surpresa. Na segunda-feira, ele propôs a pena de morte para os terroristas. Esqueceu-se de que toda a base jurídica ocidental não permite que se aplique pena "a posteriori". Mais tarde, Menem criou um novo órgão de controle da segurança interna. Já tinha tentado fazê-lo há dois meses. Teve de desistir pelo furacão político originado pela proposta. Para piorar, o presidente indicou como chefe da supersecretaria um militar da reserva, seu amigo pessoal, cuja única capacitação reconhecida em temas de inteligência, de acordo com suas próprias palavras, foi a de ter "lido muito sobre o assunto". Andrés Antonietti foi o homem que expulsou Zulema Yoma Menem da residência oficial. Não tem o respeito da sociedade. (MC) Texto Anterior: Oposição suspeita de ação interna Próximo Texto: Kennedy enfrenta o passado em campanha Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |