São Paulo, terça-feira, 26 de julho de 1994
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Fazenda já descarta medidas anticonsumo

LILIANA LAVORATTI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Nas vésperas do Plano Real completar um mês, a equipe econômica avalia que não haverá necessidade de novas medidas de contenção do consumo.
O assessor especial de preços da Fazenda, Daniel de Oliveira, disse ontem à Folha que o acompanhamento diário feito pelo Ministério da Fazenda indica apenas um ligeiro aumento nas vendas a prazo.
Isto, no entanto, não chega a preocupar o governo, já que houve redução nas vendas à vista, principalmente nos supermercados. "Em julho os supermercados venderam menos que em junho", afirmou.
Segundo Oliveira, a equipe também está tranqila em relação à entressafra agrícola, período em que os preços dos alimentos básicos costumam subir.
"Entressafra nunca foi causa de inflação nos países onde há estabilidade econômica", afirmou o assessor. No raciocínio dele, enquanto um preço sobe outro cai e, na média, não há inflação.
O ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, vem insistindo junto aos consumidores para adiarem as compras porque, apesar dos indicadores positivos, "ainda é cedo para euforia", afirmou Oliveira.
A equipe econômica acredita que a tendência é a estabilização dos preços.
"Os preços altos e eventuais reajustes não serão sancionados porque não haverá dinheiro para isso", disse Oliveira.
Segundo o assessor, além do rigor na política monetária, o congelamento dos salários e a restrição do crédito ao consumidor contribuem para a contenção das vendas.
Oliveira disse que a partir de agosto a equipe espera a normalização das vendas.
"Também não interessa ao governo a recessão", afirmou.

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