São Paulo, quarta-feira, 27 de julho de 1994
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Munhoz é obrigado a responder em debate a denúncias contra Quércia

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BAURU

O candidato do PMDB ao governo do Estado, Barros Munhoz (PMDB), passou boa parte do debate entre os candidatos a governador anteontem à noite respondendo a denúncias contra o PMDB.
Os principais alvos foram o ex-governador Orestes Quércia, candidato à Presidência, e o governador Luiz Antonio Fleury Filho.
No intervalo, Munhoz chegou a dizer que não era "advogado" de Quércia, mas achou "injustas" as críticas ao ex-governador.
O debate foi promovido pela Rede Bandeirantes em Bauru (345 km a noroeste de São Paulo).
O mais exaltado com o desempenho de Munhoz no debate era o deputado estadual Adilson Monteiro Alves. Ele ficou o tempo todo falando por interfone com o publicitário Duda Mendonça, responsável pela campanha do PMDB, que estava no estúdio.
Alves determinou aos assessores do partido que retirassem os jornalistas da sala usada pelo PMDB na TV e trancassem a porta.
"Assim não dá, Munhoz", reclamava o deputado para a TV. No fim do debate, Alves achou que o peemedebista foi "muito bem".
No PT, assessores comentavam que a estratégia do candidato do partido, José Dirceu, de partir para o ataque envolvendo o nome de Quércia foi acertada.
Mas o coordenador de campanha, Cândido Vaccarezza, reclamou várias vezes do desempenho do candidato.
"Ele precisa atacar mais o PSDB, falar da ausência do Covas, das alianças com ACM, falar do Guilherme Palmeira", dizia ele para assessores do PT.
As instruções eram passadas por interfone para o estúdio, mas Dirceu não seguia as orientações.
Os petistas ficaram apreensivos quando foram levantadas as denúncias de supostas irregularidades cometidas pelo senador José Paulo Bisol (PSB).
O deputado Lucas Buzato (PT) achou que a resposta de Dirceu foi "satisfatória". Ele disse que Bisol poderia ser substituído, mas protestou contra uma suposta "campanha para atingir Lula".
A assessoria de Luiz Antônio de Medeiros (PP) era a mais tranquila. A ordem era "correr por fora", atacando PT e PMDB.
Os candidatos criticaram a ausência de Mário Covas (PSDB) no debate. O petista chamou o tucano de "fujão". Munhoz, antes de iniciar o debate, dizia que a ausência de Covas não tinha "sentido".
Os militantes dos partidos acompanharam o debate do lado de fora da TV Bandeirantes de Bauru, por meio de um telão.
A Polícia Militar isolou a área com 70 policiais. Segundo a PM, não houve nenhum incidente com os militantes.

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