São Paulo, quarta-feira, 27 de julho de 1994
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Shoppings viram 'service centers'

DANIELA FALCÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

Quem pensa que fazer compras, comer e se divertir são as únicas coisas que se pode fazer nos shopping centers está muito enganado.
Com o crescimento das chamadas "alas de serviço", os shoppings se transformaram no local ideal para quem tem muito o que fazer em pouco tempo.
Num mesmo shopping, pode-se ir ao banco, lavanderia, cabeleireiro, sapataria e agência de viagens.
Além disso, dá para consertar praticamente tudo: sapatos, telefones, tênis, bijuterias, roupas finas, brinquedos e aparelhos eletrônicos.
"Não sei o que seria de mim sem os shoppings. Aqui, resolvo tudo e não me preocupo com trânsito nem estacionamento", diz a radialista Lia Machado Alvim, 38.
Rapidez, segurança e comodidade são as vantagens apontadas por quem se habituou a resolver pequenos problemas nos shoppings.
"Aqui posso engraxar os sapatos e ao mesmo tempo ver gente bonita", diz o comerciante Pati Gomes, 51. "Além disso, não sofro com o vento nem o frio da rua." Gomes vai ao shopping quase que diariamente, mas não se acha um comprador compulsivo.
"Shopping para mim é lugar de resolver problemas. Vou ao chaveiro, oculista, engraxo o sapato e almoço aqui. Compras ficam em segundo plano", afirma. Pode-se dizer que, para ele, os shoppings são verdadeiros "service centers".
Como ele, muita gente que vai aos shoppings nem entra nas lojas.
"A maioria dos clientes vem só para pegar filmes. São lojistas ou gente que mora perto", diz Elenilton Cardoso de Oliveira, 27, gerente da Vídeo In do Eldorado.
O horário de funcionamento dos shoppings é outro aspecto que atrai clientes para as alas de serviço.
Enquanto a maioria das lojas de rua fecha às 18h, nos shoppings elas ficam abertas até as 22h.
"A única sapataria que eu trabalhei que fica aberta até tão tarde é essa. Para nós é mais trabalho, mas para os clientes é uma grande vantagem", afirma Maria Alzira Bizon, 30, funcionária da sapataria Belpasso do Shopping Eldorado.
Na lavanderia Rotovic, que também fica no Eldorado, o movimento maior acontece depois das 18h.
"Temos clientes de todos os bairros. Eles vêm aqui porque trabalham o dia todo e o único horário livre é à noite", diz Maria Rosa da Silva, balconista da Rotovic.

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