São Paulo, quarta-feira, 27 de julho de 1994
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Balança comercial bate recorde no 1º semestre

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O movimento de comércio exterior brasileiro registrou recorde histórico no primeiro semestre do ano, segundo dados da balança comercial divulgados ontem pelo Ministério da Indústria, Comércio e Turismo (MICT).
Foram US$ 20,124 bilhões em exportações e US$ 13,113 bilhões em importações, somando US$ 33,237 bilhões em corrente comercial. Ou seja, 12% acima do resultado do ano passado (US$ 29,652 bilhões).
O saldo comercial do semestre ficou ligeiramente abaixo do registrado no ano passado. De US$ 7,184 bilhões, em 1993, o saldo caiu para US$ 7,011, devido à alta das importações.
A principal explicação para os resultados do comércio exterior em 1994 é a abertura da economia, com redução dos impostos de importação de diversos produtos.
A alíquota média das tarifas de importação caiu de 40%, há quatro anos, para 14% hoje. Isto ampliou as relações comerciais brasileiras, com efeitos positivos também para as exportações.
Também contribuíram para os resultados o crescimento da economia e o nível das taxas de juros, estimulando exportadores a antecipar operações para aplicar o dinheiro no mercado financeiro.
O mês de junho também registrou números recordes para este período do ano. As exportações somaram US$ 3,751 bilhões, e as importações, US$ 2,474 bilhões.
O saldo, de US$ 1,277 bilhão, superou em 34,42% o de junho de 1993 (US$ 950 milhões), mas caiu em relação ao de maio último (US$ 1,43 bilhão).
O secretário-executivo do MICT, Aílton Barcelos, previu que os números continuarão favoráveis no segundo semestre do ano, com manutenção do nível de exportações e crescimento das importações.
A previsão vai de encontro às queixas do setor exportador, que se considera prejudicado pelo Plano Real devido à valorização da nova moeda em relação ao dólar.
"Não deverá haver nenhuma perda, pelo menos em relação ao ano passado", disse Barcelos. Ou seja, a previsão é de que as exportações fiquem na casa dos US$ 40 bilhões em 1994.
O crescimento esperado das importações, segundo Barcelos, não precoupa. "Temos que perder o preconceito com as importações, porque quanto mais se importa, mais se exporta".

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