São Paulo, quarta-feira, 27 de julho de 1994
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Repertório inclui obras-primas

ANA FRANCISCA PONZIO
FREE-LANCE PARA A FOLHA, DE NOVA YORK

O ABT não perdeu só dinheiro nos últimos anos. Para completar, morreu neste ano Jacqueline Kennedy, presidente honorária da companhia, que chegou a fazer campanhas de arrecadação de apoio quando foi anunciada a crise financeira do grupo.
Como os americanos não costumam abrir mão de seus orgulhos nacionais, ainda há muita gente em Nova York (especialmente os donos de empresas privadas) disposta a resgatar o brilho do ABT.
Fundado em 1940 por um grupo liderado pela bailarina Lucia Chase, dona de uma considerável fortuna, o ABT trouxe reconhecimento e identidade à dança clássica nos Estados Unidos.
A estréia foi no New York Radio City Center Theatre, com um elenco de 85 bailarinos –que mais tarde chegou a somar cem e hoje se reduz a 75. A atual quantidade, segundo Kevin McKenzie, já é sinal de progresso.
"Por causa da crise, além de cortar turnês nacionais e internacionais, também tivemos que demitir bailarinos que, no ano passado, somavam 68."
Com um repertório de obras-primas, o ABT possui peças assinadas por grandes personalidades da dança deste século. Neste ponto, continua sem ter do que reclamar.
Nomes como Jiri Kylian, Mark Morris e Lar Lubovitch já se comprometeram a colaborar com os programas das próximas temporadas. "Devemos remontar 'In thew Upper Room', de Twyla Tharp e, se possível, formar um consórcio de coreógrafos", diz McKenzie.
Para garantir boa bilheteria, McKenzie pretende produzir espetáculos a partir de temas. Como a noite dedicada a Shakespeare, que reunirá os balés clássicos "Romeu e Julieta", de Antony Tudor, e "The Dream" (sobre "Sonho de uma Noite de Verão"), de Frederick Ashton.
Aos 40 anos, McKenzie é o primeiro ex-bailarino do ABT a assumir a direção do grupo. Durante a explosão da crise, em 1991, ele trabalhava no Washington Ballet.
"Quando me chamaram para dirigir o ABT, senti que tinha que voltar para casa e tentar resolver os problemas do grupo onde dancei durante 12 anos."
(AFP)

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