São Paulo, quinta-feira, 28 de julho de 1994 |
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As eternas Rainhas do Rádio estão de volta
DANIELA ROCHA
Mais do que mostrar os bastidores do rádio, a peça atinge em cheio os bastidores da vida delas, num texto de ficção verossímil sobre as rainhas concorrentes que moviam multidões de fãs. A rixa, nunca assumida em público, faz de "As Favoritas do Rádio" um musical ágil, com humor pontudado nos diálogos de ironia ferina, sem entretanto, deslizar para a piruagem. Elas ainda que se peguem –ou estejam ao ponto de se pegar– em uma briga, continuam altivas, donas de si e estrelas eternas. Um dos momentos de destaque está na cena do pesadelo de Emilinha: elas juntas fazem um show –na tentativa de provar ao público que não existe rivalidade– terminado com uma detestável discussão no camarim. É o momento em que pesadelo e realidade se confundem, em que para elas já não importam as marchinhas e o público ou o fato de ambas serem rainhas. A desenvoltura de Luciana Carnielli no papel de Marlene, contagiante sambista de voz forte dá empatia à personagem. Cenários simples, com projeção de fotos de época de São Paulo e Rio, e o figurino fiel dão charme sem roubar a cena. Andréa Bassitt, como Emilinha, tem ponto alto na atuação mas perde o vigor na voz durante canções consagradas como "Chiquita Bacana" e "Tomara que Chova". Ainda assim, "As Favoritas do Rádio" emociona até quem não tinha nascido na época. Peça: As Favoritas do Rádio Autoria: Regina Galdino, andréa Bassitt e Luciana Carnielli Direção: Regina Galdino Direção Musical: Israel Feitosa Pessoa Elenco: Andréa Bassitt, Luciana Carnielli, entre outros Quando: de quinta a sábado, 21h; domingo, às 19h. Até 7 de agosto. Onde: teatro Ruth Escobar (r. dos Ingleses, 209, tel. 289-2358) Quanto: R$ 7,00 (desconto de 50% para músicos, estudantes e maiores de 50 anos) Texto Anterior: Moisés lidera ranking de judeus notáveis Próximo Texto: 'Carmen' tenta disfarçar pobreza da versão concerto Índice |
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