São Paulo, domingo, 31 de julho de 1994
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Tucano reza e é homenageado

GABRIELA WOLTHERS
ENVIADA ESPECIAL A SALVADOR

O candidato da coligação PSDB-PFL-PTB à Presidência, Fernando Henrique Cardoso, rezou e recebeu todas as homenagens do candomblé na igreja do Nosso Senhor do Bonfim, ontem, em Salvador.
Na eleição para a Prefeitura de São Paulo, em 1985, FHC não conseguiu responder se acreditava ou não em Deus. Seu adversário, Jânio Quadros, então no PTB, passou a chamá-lo de ateu durante a campanha. FHC acabou perdendo a eleição.
FHC chegou à igreja por volta das 9h45, quando a missa já havia terminado. "Também não vamos querer que ele assista à missa toda de uma só vez", brincava o ex-governador da Bahia, Antônio Carlos Magalhães, antes da chegada do candidato.
Logo na entrada, FHC foi recebido por cerca de 20 membros do bloco carnavalesco Filhos de Gandhi. Ele abraçou as mulheres vestidas de baianas, com roupas brancas e saias arredondadas, e ensaiou alguns passos de dança.
"Quero receber as bençãos necessárias para seguir a campanha", disse FHC, enquanto as baianas despejavam nele a chamada água de cheiro. "Isto serve para dar sorte e descarregar as energias negativas", explicou ACM.
O candidato entrou na igreja com duas fitinhas do Senhor do Bonfim no braço e mais uma dezena no pescoço.
FHC não quis divulgar os seus desejos com as fitinhas. Ao entrar na igreja, foi para o altar. De pé, rezou sem juntar as mãos.
FHC recebeu ainda três colares das baianas. Um, todo de contas brancas, simboliza Oxalá, o pai dos orixás. O outro, mesclado de contas vermelhas e brancas, representa Xangô, o guerreiro.
O terceiro colar era dourado, representando Oxum, que significa a "mulher do ouro, do feitiço". "Quem anda com este colar, tem amor, tem tudo", disse Marilene de Jesus, que o entregou a FHC.

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