São Paulo, domingo, 31 de julho de 1994 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Lula acusa o governo de ajudar FHC
CARLOS EDUARDO ALVES
Lula citou especificamente o Banco do Brasil e os Correios como exemplo de empresas que patrocinam campanhas publicitárias sobre a nova moeda com o objetivo de ajudar o adversário tucano. "Você liga a TV e vê um mundo que não existe. Estão tentando vender uma ilusão que o cidadão não vê na realidade", crê Lula. Mais uma vez, o candidato do PT apontou a falta de perspectiva de criação de empregos como uma falha grave do Plano Real. Lula iniciou o dia reunindo-se com cerca de 120 líderes religiosos mineiros que estão participando de sua campanha. Ouviu hinos, rezou e fez um apelo. "Da mesma forma que Jesus multiplicou os pães, vocês precisam multiplicar os votos", disse. Na reunião com os religiosos, Lula lembrou sua origem operária e pediu "uma chance" para governar o país. "Nós vamos provar que a elite não conseguiu acabar com a miséria por falta de interesse", afirmou. Depois de tomar café com os religiosos no hotel em que estava na capital mineira, Lula deu uma entrevista em que se queixou de um suposto "boicote" dos meios de comunicação aos candidatos do PT aos governos estaduais. A reclamação ocorreu quando Lula comentava o resultado da última pesquisa do Datafolha sobre sucessões estaduais. Os dados confirmam que os candidatos petistas continuam mal colocados (alguns com índices desprezíveis). Teme-se, no PT, que, se os desastres estaduais persistirem, a candidatura presidencial do partido acabe sendo "contaminada" . Lula imagina que o início do horário gratuito de TV possa reverter esse quadro. Ontem, Lula reuniu-se das 11h50 às 14h50 com um grupo de empresários mineiros na casa de Roberto Senna Gianetti, da Construtora Secol. O candidato discutiu suas propostas com representantes do setor bancário, industrial, comercial e da construção pesada. Entre as empresas que enviaram representantes estavam a empreiteira Andrade Gutierrez, os bancos BMG e Agrimisa. Depois do encontro com os empresários, Lula seguiria para a cidade mineira de Araxá, onde ele e sua mulher seriam padrinhos de casamento de um sindicalista. A partir de amanhã, Lula dedica-se principalmente à gravação de seus programas de TV para o horário gratuito. A Folha não conseguiu ouvir FHC e o governo em relação aos ataques de Lula até o fechamento desta edição. Texto Anterior: Modelo de FHC, JK criou era da inflação Próximo Texto: Petista defende investigação Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |