São Paulo, domingo, 31 de julho de 1994 |
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Trinta mil atuam nas carvoarias de Minas
DA AGÊNCIA FOLHA EM BURITIZEIRO (MG) A Subdelegacia do Trabalho de Montes Claros estima que chega a 30 mil o número de pessoas que trabalham em condições subumanas nas carvoarias de Minas."Estamos cansados de chegar em áreas de reflorestamento e encontrar carvoeiro preso com dívida no armazém", afirma o subdelegado do Trabalho em Montes Claros, Luiz Antônio Chaves. Segundo Chaves, as áreas de reflorestamento ocupam uma área de 2 milhões de hectares no norte de Estado (cerca de 2 milhões de campos de futebol). "A carvoaria é principal atividade econômica da região e, no entanto, os carvoeiros se transformaram nos trabalhadores mais explorados do país. A escravidão não acabou em Minas Gerais", diz. Chaves afirma que cinco "gatos" já foram presos e que mais de 50 empresas de reflorestamento receberam várias multas. "As empresas, devido à intensa fiscalização, já estão procurando o Ministério do Trabalho para regularizar a situação", diz Chaves. O Ministério do Trabalho divulgou, em março, a instrução normativa MTB-SFP 01, que considera o trabalho nessas carvoarias de Minas "análogo à escravidão". Produção Cerca de 70% do carvão vegetal do país é produzido nas regiões norte e noroeste de Minas Gerais segundo a Associação Brasileira de Carvão Vegetal (Abracav). A entidade reúne os 22 mil maiores produtores de carvão vegetal do país. Segundo a Abracav, o Estado produziu, no ano passado, cerca de 32 milhões de metros cúbicos de carvão vegetal. A Abracav estima que, em 1992, a produção e a venda de carvão geraram cerca de US$ 500 milhões em impostos. As regiões norte e noroeste de Minas fornecem 90% dos carvão consumido pelas indústrias siderúrgicas do Estado. Texto Anterior: Carvoeiros trabalham por arroz e farinha Próximo Texto: 'Gato' ameaça carvoeiros Índice |
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