São Paulo, domingo, 31 de julho de 1994 |
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Fazenda teme repasse de reajuste para preço
VIVALDO DE SOUSA E LILIANA LAVORATTI
O assessor especial do Ministério da Fazenda, José Milton Dallari, começou na semana passada a fazer um acompanhamento dos acordos salariais fechados entre sindicatos e empresas. A avaliação da equipe econômica é que o mês de julho foi bom para o Plano Real. Os preços da cesta básica registraram queda, não houve explosão de consumo e nem fuga da poupança. Dallari afirmou que as empresas podem dar o que quiserem, mas que não se justificam aumentos reais. Se forem repassados para os preços, o governo pode usar até a lei delegada número 4, disse. O secretário-adjunto de política econômica do Ministério da Fazenda, Gesner de Oliveira, confirmou que aumentos salariais reais sem ganho de produtividade preocupam o governo. É por isso que o acompanhamento está sendo feito. Outra preocupação da equipe econômica é como compatibilizar falta de recursos e o aumento de salário dos servidores prometido pelo presidente Itamar Franco. Sem dinheiro para conceder o aumento, o ministro Rubens Ricupero (Fazenda) conseguiu convencer Itamar a aguardar o comportamento da arrecadação de agosto antes de decidir. Ricupero adiou também outras medidas que poderiam trazer queda na arrecadação. Foi o caso do programa de apoio às exportações, baseado em redução de impostos. O governo ainda pensa em adotar medidas de estímulo aos exportadores e estuda incentivos a programas de qualificação profissional. Esse incentivos poderiam ser a criação de uma linha de crédito ou isenção fiscal a pequenas e microempresas. A equipe está preocupada com os efeitos recessivos do plano. O governo quer ao mesmo tempo evitar a explosão do consumo e o aumento do desemprego. O setor exportador deve ser contemplado nas medidas de apoio à produção, anunciadas em agosto. Texto Anterior: Plano funciona dentro das previsões Próximo Texto: Indústria prevê crescimento Índice |
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