São Paulo, domingo, 31 de julho de 1994
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EX-ALUNOS

Franco Montoro, 78, ex-governador do Estado: "O jardim-de-infância era a primeira experiência de um curso primário com pedagogia moderna. Havia um clima de alegria e preocupação constante em estimular o esforço pessoal no estudo. Lamento a queda de qualidade do ensino público nos últimos tempos. Uma das saídas seria seria restaurar as antigas escolas normais para melhorar a formação de professores".

Modesto Carvalhosa, advogado: "A escola representa para o Estado de São Paulo o que o colégio Pedro 2º representou para o Brasil imperial. Dela saíram milhares de professores, profissionais, intelectuais, artistas e políticos que influenciaram o ensino, a cultura e o progresso do país, com reflexos até hoje. Guardo boas lembranças da época que fui presidente do Grêmio 2 de Agosto, quando foi aberto o curso noturno. Foi uma época muito feliz".

Inezita Barroso, cantora: "Estudei do jardim-de-infância até o curso normal. Em todas as festinhas eu já cantava. Havia um disciplina rigorosa. Certa vez, uma diretora descobriu um grupo de meninas que cabulou a aula para ir ver 'E O Vento Levou', no cinema Metro da avenida São João. Ela interrompeu a sessão e obrigou-nos a voltar para a escola em fila".

Wilson Fittipaldi, 50, empresário e piloto: "Era uma vida superdisciplinada. Quando a professora entrava na escola, fazia-se um silêncio imenso. Era possível escutar até as moscas. Acho que as pessoas davam mais valor e importância ao estudo do que agora. O ensino hoje virou de ponta-cabeça. A rede pública de 1º e 2º graus não têm a mesma qualidade que as universidades do governo oferecem".

Maria Izabel de Lizandra, atriz: "Fui uma aluna brilhante e escolhida como oradora da turma do normal. Estudei desde o jardim-de-infância. Era uma escola de alta qualidade e de difícil acesso. Entrei direto na Filosofia da USP, sem fazer cursinho. Foi na Caetano que desempenhei o meu primeiro papel, criança ainda. Encenava uma empregadinha que dizia uma só frase: 'o coroné já vem chegando'. Com o regime militar, houve uma deterioração do ensino público de maneira geral".

Ernest Mange, 71, urbanista e superintendente do Instituto Cultural Itaú: "Fui colega de turma do Hélio Bicudo (deputado federal), com quem disputava o primeiro lugar da classe. Havia professores notáveis. O prédio do jardim-de-infância, com oito paredes, era fantástico (não existe mais). As crianças usavam chepéus de palha com letras douradas. O edifício principal é um dos mais importantes da cidade, bem solucionado e com amplos espaços.

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