São Paulo, terça-feira, 2 de agosto de 1994
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Geadas e secas beneficiam os confinadores

ROGÉRIO MARTINEZ
DA FOLHA NORTE

Um bom número de pecuaristas vai passar o inverno calculando os lucros com as geadas e períodos de seca que atingem as pastagens de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Paraná.
Para os confinadores de gado, que engordam bois em currais durante a entressafra, inverno rigoroso é sinônimo de sucesso.
Enquanto os bois criados em regime de pasto perdem peso por falta de alimentação, os confinados adquirem até 1,5 quilo ao dia.
Estes animais são comercializados entre agosto e novembro com peso de 17 arrobas em média.
O Sindicato Nacional dos Pecuaristas de Gado de Corte (Sindipec) estima que entre 900 mil e 950 mil cabeças de gado estão em confinamento em todo o país.
As projeções do sindicato também mostram que os confinadores têm boas perpectivas de lucros neste inverno.
"Vai faltar boi para abate a partir de agosto", prevê Victor Abou Nehmi Filho, 35, vice-presidente do Sindipec.
Louis Pascal de Geer, 49, comemora estas projeções. Ele é o superintendente da CFM Agropecuária Ltda, dona de dez fazendas na região de São José do Rio Preto (541 km a noroeste de São Paulo).
O programa de confinamento da CFM está sendo desenvolvido em cinco fazendas da empresa e envolve 3.200 cabeças.
No ano passado, a CFM obteve lucro líquido de US$ 29,50 por cabeça confinada.
Geer considera o lucro satisfatório, mas evita projeções sobre os ganhos este ano. Segundo ele, optar pelo confinamento é sempre uma medida arriscada.
Devido ao alto custo da atividade, os criadores precisam de um planejamento adequado para vender os bois quando o preço estiver em alta.
"O custo de produção dos confinamentos chega a R$ 23 por arroba em média", diz.

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