São Paulo, quarta-feira, 3 de agosto de 1994
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Uruguai pode deixar o mercado comum

SÔNIA MOSSRI
ENVIADA ESPECIAL A BUENOS AIRES

O Uruguai pode ficar fora do Mercosul. A falta de acordo sobre tarifas comuns entre Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai deve adiar a ida do presidente Itamar Franco para a reunião de cúpula do Mercosul, em Buenos Aires, prevista para amanhã.
O Uruguai não abre mão de uma lista de 1.300 produtos que ficariam de fora das tarifas comuns do Mercosul. Os uruguaios querem manter produtos que podem ser importados com isenção de impostos para exportação posterior.
O ministro das Relações Exteriores da Argentina, Guido Di Tella, considera difícil um acordo com os uruguaios. Ele avalia que a reunião de cúpula deve ser adiada.
O acordo prévio entre Brasil e Argentina anterior à reunião técnica irritou o Paraguai e o Uruguai. No final de semana, o ministro Rubens Ricupero (Fazenda) acertou em Buenos Aires com seu colega argentino, Domingo Cavallo, as tarifas aduaneiras para os produtos importados.
As eleições presidenciais este ano no Brasil, Argentina e Uruguai passaram a ser decisivas na formação do mercado comum.
O presidente argentino, Carlos Menem, é candidato a reeleição. Um de seus principais problemas é a queixa dos empresários de que, ao valorizar o peso (a moeda do país), o Plano Cavallo encareceu os produtos argentinos no exterior.
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e Di Tella reuniram-se até às 4h de ontem com as delegações paraguaia e uruguaia. Conseguiram que o Paraguai reduzisse de 1.600 para 399 a lista de produtos que terá redução mais lenta das tarifas.

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