São Paulo, quarta-feira, 3 de agosto de 1994 |
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Indicação de novo vice divide PFL e PSDB
JOSIAS DE SOUZA
Os dois partidos divergiam quanto à escolha do nome do substituto. A cúpula do PFL tentava, ontem à noite, emplacar o nome do senador Marco Maciel (PE). O PSDB resistia. Além de Maciel, a lista do PFL incluía, como alternativas, os nomes dos deputados Reinhold Stephanes (RS) e José Múcio (PE). Magalhães O PSDB tentava retomar o plano de transformar o deputado Roberto Magalhães (PE) em vice de Fernando Henrique. Como alternativa, propunha a Indicação do deputado Gustavo Krause (PE) ou do ex-governador de Santa Catarina, Vílson Kleinubing. Há dois meses, graças a esse tipo de divergência, o PSDB acabou optando pela escolha de Guilherme Palmeira. Equívoco Numa avaliação que agora revelou-se equivocada, Fernando Henrique e seus auxiliares achavam que Palmeira, de tão insignificante, não atrapalharia na campanha. Na primeira rodada de negociações, após ver frustrada a articulação para emplacar o deputado Luís Eduardo Magalhães (BA) como vice de FHC, o PFL indicou Maciel. O nome do senador pernambucano foi então vetado pessoalmente por Fernando Henrique. Ontem, o partido voltou à carga. Sugerido pelo PSDB, o nome de Roberto Magalhães também foi vetado, desta vez por Jorge Borhanusen, presidente do PFL. Bornhausen não suporta Magalhães. Diz que é dono de um temperamento difícil e acusa-o de já ter tentado mudar de partido, transferindo-se para o PSDB. Ontem, apesar da divergência em relação aos nomes, PSDB e PFL tinham algo em comum: os dois partidos concluíram que deveriam chegar a uma solução rápida. Decidiu-se evitar a experiência do PT, que demorou para solucionar a crise que envolveu o seu vice, José Paulo Bisol (PSB-RS). Contactado por seus aliados, Antônio Carlos Magalhães disse, da Bahia, o seguinte: "Temos que ter um novo nome até o amanhecer. O anúncio não pode passar do meio-dia desta quarta-feira". Auxiliares de campanha de Fernando Henrique chegaram a sonhar, pela manhã, com a possibilidade de indicação de um nome do próprio PSDB para a vaga de vice. A exemplo do PT, que substituiu Bisol, do PSB, pelo petista Aloizio Mercadante, os tucanos idealizaram a formação de uma chapa exclusiva do PSDB. O problema é que, diferentemente do PSB, o PFL em nenhum momento considerou a hipótese de abrir mão da vaga de vice. Pela lei, o candidato só poderia ser de outra legenda se o partido concordasse em ceder a indicação de um novo nome. Texto Anterior: Agora é tarde Próximo Texto: FHC quis evitar 'efeito Bisol' Índice |
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