São Paulo, quarta-feira, 3 de agosto de 1994
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Taxa de juro menor melhora os negócios de indústria e comércio

DA REPORTAGEM LOCAL

A indicação de queda dos juros dada pelo BC (Banco Central) na virada do mês teve reflexo imediato na indústria e no comércio.
Para agosto, empresários dos dois setores trabalham com expectativa de juros de 4% ao mês.
Essa taxa deve valer tanto para a venda a prazo feita da indústria para o comércio quanto da loja para o consumidor.
Para Oiram Corrêa, economista da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, a taxa de 4% fará crescer vendas e produção, especialmente de bens de consumo.
O Mappin já estuda taxas de juros menores para a venda a crédito. Até ontem, elas estavam entre 3,5% e 8,5% ao mês (crediário de até sete meses).
"Ainda não estamos captando dinheiro mais barato, mas isso deve ocorrer brevemente", diz Sérgio Orciuolo, diretor.
Emílio Alfieri, economista da Associação Comercial de São Paulo, diz que as lojas terminaram julho cobrando juros de 7% a 9% ao mês do consumidor. E começaram julho cobrando de 9% a 13%.
"A tendência é a de essas taxas caírem mais ao longo de agosto", diz. Na sua análise, a queda nos juros deve contribuir para um aumento de 5% nas vendas a prazo neste mês sobre julho e de 20% sobre agosto de 1993.
A indústria também já trabalha com taxas de juros menores. A Gradiente, por exemplo, entrou em agosto cobrando juros de 4% ao mês dos seus clientes.
No final de julho, cobrava 4,5% e, no início de julho, 6%, informa Victor Leal, diretor de vendas.
Os sinais de recessão na indústria, em junho e julho, vão se desfazer a partir deste mês em resposta à tendência de queda da taxa de juros, dizem empresários paulistas.
Boris Tabacof, vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Papel e Celulose, afirma que o clima é positivo. "Creio na evolução gradual dos negócios".
Tabacof acredita que o PIB (Produto Interno Bruto) deverá crescer, no mínimo, 3% este ano, como resultado da reativação do consumo até o fim do ano.
Ele baseia sua opinião em dois fatores: os estoques estão baixos e as férias coletivas e licenças remuneradas, dadas por algumas empresas, já estão sendo canceladas.
Para José João Armada Locoselli, presidente do Sindicato Nacional das Indústrias de Produtos de Limpeza, a atividade produtiva precisa de uma taxa de juros entre 2% e 2,5% ao mês, no mínimo, para dar início a uma fase de crescimento moderado.

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