São Paulo, quarta-feira, 3 de agosto de 1994
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Violência não

LUIZ CAVERSAN

RIO DE JANEIRO – Chega às mãos do presidente Itamar Franco hoje um veemente manifesto contra a violência no Rio de Janeiro.
O documento, denominado "O Rio Unido Contra a Violência", é assinado por 80 entidades empresariais (comércio, indústria e serviços), organizações não-governamentais, grupos religiosos, entidades trabalhistas, personalidades como o sociólogo Betinho e muitos outros integrantes da chamada sociedade civil que se congregam no movimento Viva Rio.
Trata-se de um quase grito de horror contra a conflagração vivida pela cidade, mas também é um rol de propostas concretas para a efetiva –e exigível– ação do Estado em defesa do cidadão acuado.
O documento afirma que "a insegurança manifesta-se nas ruas, nas residências, nas escolas, nos automóveis, nos coletivos, nos templos religiosos, nos hospitais", desafiando o próprio Estado, posto que chegam a ocorrer "invasões de delegacias de polícia".
Faz, entre outras, as seguintes reivindicações de medidas emergenciais:
– Que o governo federal mobilize a Polícia Federal (e também as Forças Armadas) para controlar as fronteiras por onde entram armas e drogas que abastecem o crime organizado da cidade.
– Que os órgãos de segurança do governo do Estado articulem-se com as demais forças de seguranças sediadas na cidade para um combate integrado à violência, "dentro das normas constitucionais".
– Que o Estado institua uma nova política de segurança nas favelas, substituindo as invasões violentas por policiamento regular e permanente que assegure a cidadania destas comunidades.
– Que passe a existir um rigoroso combate ao porte ilegal de armas.
O manifesto apela também para a colaboração dos meios de comunicação e contém um desabafo: "Nós, moradores do Rio de Janeiro, precisamos de sinais que nos devolvam a esperança".
Infelizmente, trata-se da mais absoluta verdade.

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