São Paulo, quinta-feira, 4 de agosto de 1994
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Extremistas assassinam 5 franceses na Argélia

ANDRÉ LAHOZ
DE PARIS

Cinco franceses foram mortos e um outro ficou ferido ontem em Argel, capital da Argélia.
O atentado ocorreu em um subúrbio da cidade, numa zona residencial habitada por franceses residentes no país, às 7:30 (3:30 no Brasil).
Com isso, sobem para 56 os estrangeiros assassinados no país desde setembro passado.
As mortes são parte da campanha de radicais muçulmanos contra o regime militar, que anulou em 92 as eleições que a Frente Islâmica de Salvação liderava.
Dois dentre os cinco mortos eram funcionários do consulado francês no país. Eles saíam de suas casas para ir trabalhar.
Os outros três eram soldados franceses. O atentado foi do Grupo Islã Armado.
Os ministros do Exterior e da Defesa franceses, Alain Juppé e François Léotard, viajaram para a Argélia após o ato terrorista. Pediram ao presidente do país, Liamine Zeroual, maior proteção para os franceses residentes.
Zeroual garantiu que o país "não poupará esforços para defender os franceses. A Argélia condena esse ato criminoso contra um país amigo. Os ministros reiteraram o apoio francês ao governo argelino".
Os corpos dos cinco serão repatriados hoje por um avião especial do governo. O presidente francês, François Mitterrand, enviou mensagem de solidariedade às famílias das vítimas, na qual afirma que "toda a França está emocionada".
O Partido Socialista (de Mitterrand) também exprimiu sua "emoção com o atentado" e afirmou que "os esforços democráticos na Argélia devem continuar".
O governo argelino vem tentando conter a ação dos radicais muçulmanos pela força. Os extremistas capturados têm sido condenados à morte.

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