São Paulo, sábado, 6 de agosto de 1994
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Para IML, mulheres corriam risco de vida

BILL SOUZA
DA FOLHA SUDESTE

Laudo do IML de Campinas (99 km a noroeste de São Paulo) sobre oito casos de abortos realizados no Caism (Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher) da Unicamp concluiu que havia risco de vida para as mães.
A legislação brasileira prevê a realização de aborto em caso de estupro e quando há risco de vida para a mulher.
O laudo do IML (Instituto Médico Legal), portanto, descaracterizaria a ilegalidade dos abortos realizados na Unicamp.
O resultado da análise foi encaminhado ontem ao delegado do 7º Distrito Policial, Antônio Pereira Veiga, 46. Ele preside o inquérito sobre abortos ilegais no Caism.
O inquérito foi instaurado depois que o diretor do órgão, Aníbal Faundes, disse à Folha que o órgão faz abortos em feto malformado e sem chance de sobrevivência.
Esse tipo de aborto (fetos malformados) não está previsto no Código Penal Brasileiro.
"O laudo deixa entender que não houve crime, mas dizer que havia risco para a mãe é uma definição muito elástica", diz Veiga.
O laudo foi assinado pelos peritos Antônio Bastos e Ivan Piza. Eles não foram encontrados para comentar a conclusão da análise.
O diretor do IML, o legista Fortunato Badan Palhares, disse que confia no trabalho dos peritos.
"Se constataram que havia risco para mães, então é porque realmente havia", afirmou o diretor.
Badan Palhares é também chefe do Departamento de Medicina Legal da Unicamp.(Bill Souza)

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